Janaína dos Santos foi a primeira comerciante informal a receber a licença
Alziro Xavier
Há 28 anos vendendo doces e biscoitos em uma barraquinha improvisada no ponto de ônibus próximo ao paço municipal, no Centro, Janaína da Conceição dos Santos, de 38 anos, mal podia acreditar que depois de tanto tempo, teria seu sonho realizado. A tão esperada licença temporária para o uso do solo público agora é uma realidade. Ela foi a primeira comerciante informal do município a receber a licença, entregue na manhã de ontem pelo prefeito da cidade, Rogerio Lisboa, pelo subsecretário de Controle Urbano, Márcio Marques da Silva e pelo presidente da Câmara de Nova Iguaçu, Rogério Teixeira Júnior (Juninho do Pneu).
“Não tenho palavras para expressar o sentimento de alívio por saber que vou trabalhar sem medo. Comecei aqui aos 10 anos com minha mãe e hoje sustento ela e minha família vendendo estes doces e tenho orgulho disto. Agora mais ainda, pois estou legalizada”, disse emocionada a camelô.
Assim como Janaína, outros 650 camelôs que foram cadastrados pela prefeitura no início do ano devem receber a licença, distribuída de acordo com a capacidade das áreas demarcadas. A entrega acontecerá por etapas. Na primeira, serão concedidas 100 licenças temporárias para trabalhadores que já atuam durante o dia nas ruas do centro.
“Antigamente era uma confusão nas ruas de Nova Iguaçu. Estes vendedores informais terão agora um trabalho digno de forma legalizada. Eles são trabalhadores e devem ser valorizados e respeitados. Estamos devolvendo a organização para cidade buscando beneficiar as três vertentes do comércio: os camelôs, os lojistas e principalmente, os pedestres”, afirmou o prefeito.
Com as novas regras de ocupação do solo público, os camelôs de Nova Iguaçu trabalharão em barracas padronizadas e terão crachás de identificação. A concessão foi dada seguindo alguns critérios estabelecidos, como maior tempo de atuação no comércio informal do município, ser morador de Nova Iguaçu, entre outros. A prefeitura já demarcou 14 pontos nas ruas e travessas do Centro. A ideia é levar o projeto para outras localidades do Centro e demais bairros.
