‘Homem da Mala’, foi ‘morar’ na Papuda; mãe se nega a prestar depoimento à PF

Loures pediu para não ter a cabeça raspada na cadeia. Fachin, o mesmo que o prendeu, ficou de decidir se veta a ‘máquina zero’
Dida Sampaio / Estadão Conteúdo

Na tarde de ontem (7), o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures saiu da sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, rumo ao complexo penitenciário da Papuda. O depoimento do ‘homem da mala’ foi cancelado, e não há previsão de nova data para que ele seja ouvido. Loures foi preso no último sábado (3) por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.
O ex-assessor de Temer é alvo de um inquérito por suspeita de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. O presidente Michel Temer é investigado no mesmo inquérito da Polícia Federal, na Operação Patmos.
Rocha Loures foi flagrado, no dia 28 de abril, carregando uma mala de propina, com R$ 500 mil, pagos pela JBS.
>> Mãe diz que não participa da vida do filho – A mãe do ex-deputado federal Rocha Loures (PMDB-PR) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que se recusa a prestar depoimento à Polícia Federal como testemunha no inquérito em que o filho e o presidente Michel Temer são investigados no Supremo. O pedido à Corte é para que seja cancelado depoimento.
A defesa de Vera Lilia Santos da Rocha Loures diz que ela foi surpreendida ao ser informada, por telefone, de que a PF pretende ouvi-la. Segundo os advogados, ela “é mãe, do lar, não reside nem participa da vida quotidiana de seu filho” e não tem conhecimento da investigação.
A defesa cita um trecho do Código de Processo Penal que diz que pais não são obrigados a depor “quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar a prova do fato e de suas circunstâncias”.
“Diante disso, a requerente vem manifestar expressamente sua recusa em prestar depoimento, o que faz com fundamento no artigo 206 do CPP, sobretudo porque não tem absolutamente nada a esclarecer sobre os fatos investigados, requerendo o cancelamento de sua oitiva em sede policial”, diz Cezar Roberto Bitencourt, um dos seis advogados que subscrevem o pedido da defesa.
Não está informado na petição o motivo alegado pela Polícia Federal para convocar a mãe do ex-parlamentar.

error: Conteúdo protegido !!