Medica se nega a atender e bebê morre

O pai do bebê Breno Rodrigues Duarte da Silva, Felipe Duarte, desabafou nesta quinta-feira (8) sobre a omissão da médica acionada para socorrer a criança de 1 ano e 7 meses, no apartamento da família, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Breno sofria de epilepsia e contava com um home care montado em casa. Na quarta-feira, ele teve problemas de digestão, e a família chamou uma ambulância. Ao chegar na portaria, porém, a médica plantonista se recusou a prestar atendimento e mandou o veículo voltar. Um vídeo flagrou quando ela rasgou o pedido da socorro.

O velório e o sepultamento de Breno acontecerão na tarde desta quinta-feira, no Cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio. Felipe Duarte lamentou e fez um apelo à funcionária da Cuidar Emergências Médicas, que presta serviço ao plano de saúde Unimed.

“Não tenho raiva. Só desejo que ela jamais faça isso de novo. Como ela vai pagar, qual punição vai ter, não cabe a mim julgar. Cabe à lei o caminho que ela vai seguir. Meu filho era especial. Pais de filhos especiais já sofrem querendo dar o melhor para as crianças, e vem uma pessoa assim e não cuida, justamente quando mais precisa. Meu filho precisava de cuidado. Se ela não tivesse se omitido, ele poderia estar vivo agora”, disse, com a voz tomada pela tristeza.

O pai do bebê acrescentou que funcionários do condomínio ouviram a médica, ainda não identificada, gritando de dentro da ambulância antes de ir embora.

“Me falaram que ela gritava que já tinha passado do horário dela e que não era pediatra”.

O pequeno Breno morreu às 10h26 de quarta-feira. O primeiro chamado para a ambulância havia sido feito às 8h20. Segundo Felipe, o socorro foi chamado pela primeira vez pela pediatra responsável pelo tratamento de Breno.

“Ele ficou sete meses internado depois do nascimento. Depois, veio para casa com o home care. Tínhamos enfermeiras 24 horas por dia dando assistência. A epilepsia dele era de difícil controle, mas vinha apresentando melhoras. Já havíamos até dado entrada na Anvisa para a liberação do canabidiol para auxiliar no tratamento. Por causa das regras do home care, não poderíamos levá-lo diretamente ao hospital. Cogitamos isso, mas a Unimed nos dizia que a ambulância estava chegando”, contou.

Ainda segundo Felipe, a técnica de enfermagem que estava na casa do casal no momento em que o menino teve a crise, nesta quarta, auxiliou a todo momento.

“Ela foi ótima, fez tudo o que estava ao alcance. Ela estava em contato com a médica (a pediatra que acompanha o menino) a todo momento. O problema de ontem (quarta-feira) foi relacionado a algum problema intestinal. Ele não estava digerindo bem a comida. Na terça havíamos falado com a pediatra e ela nos disse que ele precisaria entrar no soro e que solicitaria a internação no dia seguinte. Quando a ambulância chegou, meus porteiros me avisaram e eu autorizei a subida. Mas ninguém nunca subiu”, disse.

 

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