Atendente de telemarketing pode ter sido vitima de crime de ódio

O atendente de telemarketing Carlos Henrique da Silva Mendes, de 30 anos, conhecido como Enrique Shyne, foi morto pelo menos uma semana antes de seu corpo ser encontrado, numa área rural de Seropédica, na Baixada Fluminense, na noite de 15 de junho. Ele estava desaparecido desde o dia 5 do mesmo mês, quando saiu de carro da casa em que morava com a mãe, em Cosmos, na Zona Oeste do Rio, sem dizer para onde ia. Segundo o delegado Giniton Lages, titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o laudo de necropsia aponta que a morte ocorreu entre os dias 6 e 7 de junho, pouco após o sumiço.

Inicialmente, a família chegou a afirmar que teria recebido contatos indicando que o rapaz poderia estar em cárcere, sofrendo agressões, o que fez o caso ser encaminhado à Divisão Anti-Sequestro (DAS). O mesmo laudo, porém, não atesta sinais externos de violência ou tortura. “As regiões corpóreas não evidenciam lesões de natureza violenta”, diz o documento. A DHBF, que reassumiu as investigações após o corpo ser encontrado “em adiantado estado de putrefação”, solicitou agora uma análise complementar laboratorial que possa indicar com precisão a causa da morte.

“O corpo não apresentava fraturas, sinais de tiros, cortes ou perfurações nem qualquer sinal de ação contundente, mas os peritos podem detectar, por exemplo, se ele foi vítima de asfixia ou envenenamento”, explicou Giniton Lages.

Ainda de acordo com o delegado, o corpo de Carlos Henrique foi achado em uma área de difícil acesso, em um barranco próximo a uma estrada, de modo que quem passava pela via não conseguia enxergar nada de diferente. O carro do rapaz foi localizado a muitos quilômetros dali, na comunidae Grão-Pará, em Nova Iguaçu, também na Baixada Fluminense, com sinais de gotejamento de sangue no interior. A polícia não descarta a hipótese de que o homicídio tenha sido motivado por homofobia.

“Não é um caso em que o crime de ódio esteja estampado na própria dinâmica, mas ainda precisamos avançar na investigação”, disse o delegado.

 

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