Megaoperação encontra até ‘almoxarifado’ para guardar carga roubada

Durante operação da polícia foi encontrado um ‘almoxarifado’ usado para guardar carga roubada e pneus foram recuperados

Durante uma megaoperação das polícias Civil e Militar contra o roubo de cargas no Rio, militares do Batalhão de Policiamento de Choque descobriram um ‘almoxarifado do crime’ no Complexo da Pedreira, na Zona Norte. Segundo as autoridades, o local foi criado por criminosos para guardar o material roubado. Na ação, que também foi realizada no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, foram recuperadas cargas de pneus, embalagens de leite, biscoito e aparelhos de televisão. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), também estiveram na Favela Parque Guandu, em Japeri, além de outras comunidades, para cumprir 21 mandados, de prisão e de busca e apreensão, contra criminosos que roubam cargas no Arco Metropolitano. Entre os procurados estão os autores das mortes de três vigilantes na rodovia que escoltavam cargas de cigarros, em fevereiro e maio deste ano.
Até o início da tarde, quatro tinham sido presos, além de um adolescente apreendido. Um dos presos é Jefferson Targino da Silva, conhecido como Targino, de 31 anos, líder do roubo de cargas na região do Complexo do Chapadão. Ele era procurado pela Polícia Federal (PF) e foi levado para a carceragem da PF, no Centro. A prisão foi possível através do compartilhamento de informações através do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Os demais presos foram levados para a Cidade da Polícia, em Benfica.
Entre os procurados está Breno da Silva Souza, chefe do tráfico do Guandu, entre outros criminosos desta favela e da Pedreira, do Chapadão, Juramento e da Comunidade Beira-Rio, na Pavuna. Também participam da operação, chamada “Conexão Guandu”, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e de outras especializadas, além de policiais militares dos batalhões de Choque (BPChq), de Ações com Cães, e do 41º BPM (Irajá), que esteve no complexo da Pedreira, onde um suspeito morreu.
No Complexo da Pedreira, os policiais apreenderam uma submetralhadora, quatro pistolas e uma grande quantidade de drogas que ainda não foram contabilizadas. Cargas de caminhões — como pneus, biscoitos, TVs de LCD — foram recuperadas durante a operação na comunidade, além de celulares e seis veículos — três carros e três motos — que haviam sido roubados. Os agentes também tentam cumprir mandados por crimes de tráfico e homicídios.
Segundo as investigações, os crimes no Arco Metropolitano ocorreram sempre no mesmo horário, por volta das 9h. Em 17 de fevereiro, os três carros com seis vigilantes que escoltavam a carga de cigarros da Souza Cruz foi interceptado por dois veículos com 11 criminosos armados, que atiraram contra os seguranças. Após a ação, o vigilante Yago Aguiar Santana acabou morto e os assaltantes escoltaram o caminhão onde estava a carga roubada, conforme foi captado pela câmera do veículo da empresa, que também flagrou a movimentação dos bandidos. Ela foi recuperada horas depois. Em maio, apenas um carro, um Spin, com três vigilantes, fazia a escolta da carga, quando foi surpreendido por 14 assaltantes em outros três veículos. Os criminosos fortemente armados, inclusive de fuzis, atiraram do porta-malas de um dos carros, matando Jones de Souza e Silva, de 28 anos ainda no local. Benedito Charles da Silva, de 46 anos, morreu no hospital da Posse, em Nova Iguaçu, horas depois, enquanto Reginaldo dos Santos Aragão, de 31 anos, teve ferimento na cabeça, costas e na mão direita, mas sobreviveu.

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