
Foto: Joyce Pessanha PMQ
Fortalecer as políticas públicas para as mulheres é uma das funções do poder público municipal. Em Queimados, a população conta com uma rede de ferramentas que contribuem para o enfrentamento da violência, como o Centro Especializado no Atendimento á Mulher – CEAM –, a Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres, o Conselho dos Direitos da Mulher, os CRAS e CREAS, além da divisão especial na 24º DP. Pensando em integrar essa rede, foi realizado o fórum “Tecendo rede no enfrentamento à violência contra a mulher”. A finalidade da iniciativa é traçar estratégias e conhecimento nos agentes de ponta sobre o funcionamento de cada órgão e aprimorar o atendimento as vítimas.
A luta contra a violência de gênero vai além da física. Para conseguir alcançar o problema pratico é necessário realizar um trabalho na raiz, na educação, tanto de homens quanto de mulheres, para que elas tenham o poder de liberdade, enquanto eles sejam reeducados sobre igualdade e respeito. Esse trabalho permite trabalhar a causa, evitando o resultado do problema. Uma mesa com autoridades do município foi montada para definir as estratégias e apontar as falhas do processo a fim de melhorá-lo. O fórum vai acontecer de dois em dois meses e já tem como pauta para a próxima sessão a construção de um fluxograma de atividades, que vai auxiliar o profissional de ponta no passo a passo para o encaminhamento de atendimento adequado das vítimas.
A vice-prefeita e coordenadora executiva de políticas sociais, Marcia Teixeira, anunciou a criação de um comitê de combate à violência que vai reforçar o enfrentamento. “Já que estamos aqui neste fórum de enfrentamento à violência contra a mulher, aproveito pra anunciar que temos um decreto pronto pra sair criando o Comitê Municipal de Combate à Violência Contra a Mulher, pra unificarmos a rede de atendimento à mulher, e, sobretudo, dar portas de saída para que essas mulheres se libertem da situação de violência, pois não adianta apenas atendermos quando elas precisam, é necessário trabalharmos para que elas não precisem mais desse atendimento”, anunciou.
Para a organizadora do evento, a coordenadora do setor técnico contra a violência, Sônia Cabral, o evento foi de suma importância para integrar a rede. “O que acontece em Queimados é que temos instrumentos excelentes para o enfrentamento, mas ele tem funcionado individualmente e isso fragiliza o sistema da rede. Nosso intuito é estabelecer o diálogo entre os órgãos e provocar a integração deles a fim de funcionar em conjunto. Essa ação vai dar qualidade ao serviço e beneficiar às mulheres que nos procuram e precisam que a rede esteja pronta para atendê-las” destacou.
Para elucidar questões como cultura machista, apoio e tratamento às mulheres, foi convidada a palestrante Adriana Mota, da Superintendência Estadual de Políticas para Mulheres. “É de extrema importância atualizar e orientar todos os profissionais que estão atuando no dia a dia do enfrentamento da violência para que eles ajam e recebam essas mulheres da melhor maneira possível. É um enfrentamento contra a cultura machista, que existe tanto em homens quanto em mulheres, contra a culpabilização da vítima e a vitimização do agressor. Bem orientados e unidos, a rede funciona melhor e contribui para a diminuição das estatísticas violentas de gênero” explicou.