Mãe Beata de Iemanjá será homenageada na Casa de Cultura

Mãe Beata comandava o terreiro Ilé Omiojúàró, no bairro Miguel Couto
Divulgação/PMNI

A escritora, militante dos direitos humanos e Ialorixá Beatriz Moreira Costa, a Mãe Beata de Iemanjá, que faleceu em maio aos 86 anos, será homenageada pela Prefeitura de Nova Iguaçu na próxima segunda-feira (03), a partir das 17h, na Casa de Cultura, no Centro. O evento conta com a parceria da Câmara Municipal de Nova Iguaçu, da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados e do terreiro Ilé Omiojúàró, de Miguel Couto. É gratuito e livre para todas as idades.
A programação inclui intervenção poética com o coletivo ‘Fulanas de Tal’, homenagem em forma de rap por Demetrius Maia, intervenções do terreiro Ilé Omiojúàró, além das participações da escritora Conceição Evaristo, da poetisa Lisa Castro e de artistas convidados.  No interior da Casa de Cultura, o público poderá visitar a exposição ‘Mãe Beata – Uma História de Lutas’, com acervo de fotografias, documentos, objetos e registros sobre a vida e a obra da sacerdotisa. A exposição fica em cartaz até 24 de julho.
Filho de Mãe Beata, o sociólogo Adailton Moreira Costa afirma que a atividade é de grande importância para trazer visibilidade ao trabalho da líder religiosa. “Essa ação mostra ao município o quanto esta mulher negra, nordestina, ativista e Ialorixá foi reconhecida e valorizada nacional e internacionalmente. Minha mãe deixou solidificado em todos nós o seu legado, e queremos manter acesa a sua chama dentro de cada pessoa que acredita na luta por dias melhores para a sociedade”, diz Adailton.

Quem foi Beatriz Moreira Costa, a Mãe Beata

Nascida em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, a sacerdotisa chegou ao Rio de Janeiro em 1969. Estabeleceu-se em Nova Iguaçu, onde desenvolveu e participou de atividades de combate à intolerância religiosa, à discriminação racial e de gênero, à violência contra a mulher, de prevenção das DSTs e câncer de mama, e de defesa do meio ambiente.
Mãe Beata comandava o terreiro Ilé Omiojúàró, no bairro Miguel Couto. Fundado há 32 anos, o espaço tornou-se patrimônio cultural do Rio de Janeiro e oferece de dança, música, artes e geração de renda. Ela escreveu ainda os livros ‘Caroço de dendê: a sabedoria dos terreiros’, ‘Histórias que minha avó contava’, ‘Tradição e Religiosidade’ e ‘O Livro da Saúde das Mulheres Negras’. A sacerdotisa também era presidente da ONG Criola, integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM) e conselheira do Projeto Ató Ire – Saúde dos Terreiros e da ONG Viva Rio.
Mulher de várias famílias, ela se considerava mãe de todos, independentemente de laços sanguíneos. “Sempre nos ensinava a respeitar a todos, sem preconceitos. Não cabia a ela julgar ninguém, fosse por questões de gênero, orientação sexual, condição econômica ou raça. Ela sempre nos dizia “somos filhos e filhas de Olorum (Deus), portanto devemos nos amar e nos solidarizar.” Esta era minha mãe”, conta Adailton.

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