“Laranjas podres” de São Gonçalo são presos no Rio

Esses são os policiais militares que foram presos na operação Calabar, a maior da história do Rio
Fotos: Reprodução / TV Globo

Os policiais militares denunciados na maior operação contra a corrupção na Polícia Militar já realizada na história do Rio foram definidos como ‘Laranjas podres’ pelo delegado Fábio Barucke, da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo. Ao todo, 96 PMs tiveram mandado de prisão preventiva decretado, assim como 70 traficantes e outros criminosos apontados como integrantes de esquema de corrupção em São Gonçalo, Região Metropolitana. Até ontem à noite, 76 policiais já estavam presos.
A ação é realizada por agentes da Polícia Civil, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP-RJ), e da Corregedoria da Polícia Militar. Dos 184 mandados de prisão preventiva, por volta das 16h os agentes já tinham cumprido 62 contra PMs (cinco deles já estavam presos) e 22 contra traficantes (15 presos anteriormente).
De acordo com Barucke, armas apreendidas em comunidades de São Gonçalo eram vendidas em outras favelas por policiais corruptos, sem que acontecesse a apresentação dos materiais em delegacias. “Percebemos que essa organização criminosa não deixou de arrecadar os recursos do tráfico de drogas,” destacou o delegado. “Extraímos essas laranjas podres”, acrescentou.
A ação foi deflagrada a partir de uma delação. Para Barucke, alguns dos policiais presos já manifestaram a intenção de fazer novas delações sobre o esquema.
“Pela minha experiência profissional, a vida de traficante é uma vida curta. Muitas vezes são presos sem que a gente precise procurar, pela Polícia Militar. Porém, esses maus policiais davam cobertura a eles”, explicou o delegado.
O comandante-geral da Polícia MIlitar, coronel Wolney Dias, falou sobre as prisões: “Essa instituição está sangrando, perdendo a vida em prol do Estado do Rio de Janeiro”, afirmou.
Segundo o secretário de Segurança do RJ, Roberto Sá, a polícia luta para se renovar e eliminar os agentes que não tem uma postura correta. “Desconheço instituições que cortem na carne como as polícias. Não é simples, mas necessário. A gente segue adiante. A sociedade precisa de nossas instituições”, explicou Sá.
Ontem à tarde, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, comentou sobre a prisão dos PMs. Pezão lamentou ter que, em meio à crise financeira do estado, tenha de pagar primeiro os salários de quem “está matando um colega” de farda antes dos demais servidores ativos, inativos e pensionistas do estado – profissionais da segurança têm recebido salários com prioridade.

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