Poucos médicos para muitos doentes no PAM Meriti

PAM Meriti vive superlotado e pacientes enfrentam dificuldade até mesmo para conseguir estacionar no entorno da unidade de saúde
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

A precariedade e a demora do atendimento nas unidades de Saúde no município de São João de Meriti já apontam falta de credibilidade nas promessas feitas pelo prefeito Dr. João Ferreira (PR), apesar de apenas seis meses no exercício de suas funções. Pelo menos é nessa direção que apontam as pessoas ouvidas ontem nas ruas pela equipe do Jornal de Hoje.
Além da saúde, a população reclama também da segurança pública, por causa da “popularização dos assaltos”, da criação da “indústria do reboque” na madrugada, falta de creches, remédios e coleta de lixo, cujos detritos já se acumulam em algumas áreas da cidade, principalmente nos terrenos baldios.
Na manhã de ontem, no PAM Abdon Gonçalves, mais conhecido como PAM Meriti, na Avenida Presidente Lincoln, s/n, a dona de casa Marilene Iris Machado, 58 anos, conta que levou dois dias para receber atendimento pela fratura de dois dedos da mão direita. “Cheguei ontem aqui (quarta-feira) às 9h e só fui atendida às 16h. Hoje (ontem), cheguei às 9h e ainda estou aqui (10h50)”, conta ela, na fila da ortopedia, ao lado do marido, Marcos Aurélio, 48 anos. “Aqui demora muito mesmo, e agora vai demorar mais, pois eram dois médicos e agora só há um atendendo”, entrega.
A unidade estava lotada, com pessoas de todas as idades, sentadas e de pé até pelos corredores, comentando sobre a demora nos atendimentos. Marli Maria da Silva, 56, também ‘tomava chá de espera’ na fila. “Estou aqui desde 9 horas da manhã, aguardando atendimento de mamografia. Aqui demora mesmo. Mas tem que esperar, né?”, conforma-se.

Prefeito perde confiança da população

Marilene Iris Machado conta que levou dois dias para receber atendimento
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Do lado de fora, na calçada do PAM, José Gomes Macedo, 59, reclama da demora nos postos de saúde e na falta de cuidados com a cidade. “O prefeito, Dr. João, precisa cuidar melhor do setor de saúde, recolher o lixo dos terrenos baldios, que está uma vergonha e abastecer as farmácias de remédio para os idosos, pois não tem quase nada”, relata. “Eu confiei nele e votei. Mas já tem muita gente desconfiada de suas promessas. Em seis meses, muita coisa deveria ter mudado pra melhor”, avalia a comerciante Maria da Conceição Teixeira, 45 anos. “Se eu encontrasse o Dr. João, pediria para melhorar o atendimento na área saúde, que é precário; e para construir creches”, sugeriu outra mulher, que aguardava um parente na entrada do PAM.

Pacientes não têm onde estacionar

Morador antigo de São João de Meriti, Jorge Florêncio conta que, diante da crise financeira nacional, “parece que a prefeitura de Meriti criou a indústria do reboque”, que atua na madrugada. “Guincharam o meu carro, às 23 horas, estacionado em frente à prefeitura. Criaram a indústria e, o que é pior, se esqueceram de criar novas vagas de estacionamento nas ruas da cidade”, lamenta Florêncio.
Ainda segundo ele, que é vice-presidente regional do PT e evita partidarizar seu comentário, não há onde parar na rua do PAM. Quem chega de carro com necessidade de atendimento com urgência é obrigado a estacionar sobre as calçadas.
“Um guarda me disse que onde não há placas, ele decide, na hora, se o veículo está estacionado em local proibido ou não”, revela Florêncio, que sugere que o prefeito tome algumas medidas urgentes no seu governo. “O Dr. João precisa voltar os olhos para a Saúde, Educação e Segurança Pública. Aqui parece que houve a popularização do assalto. Se pratica o crime a qualquer hora, pelas ruas do município, não importando se é dia ou noite. O prefeito deveria pressionar o Estado para melhorar essa situação.”

 

Por Davi de Castro (davi.castro@jornalhoje.inf.br)

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