Mãe e filha morreram baleadas em meio a um intenso tiroteio no Morro da Mangueira, na Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira (30). Marlene Maria da Conceição, de 76 anos, e Ana Cristina Conceição, de 42, ainda foram levadas para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas chegaram mortas à unidade de saúde.
Em protesto pouco depois das mortes, um ônibus foi incendiado no Viaduto da Mangueira, que agora está fechado nos dois sentidos. A Radial Oeste está interditada na altura do elevado, assim como a Rua Visconde de Niterói.
Pouco antes de morrer, Ana Cristina fez uma postagem no Facebook, por volta das 11h, referindo-se ao confronto que acontecia na Mangueira e que já durava, então, quase três horas: “Não dá pra acreditar”. Em post no dia 24 de maio, ela também se queixou sobre a violência: “Muito tiro. Deus proteja-nos aqui na Mangueira”.
A troca de tiros começou quando agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Mangueira faziam um patrulhamento. De acordo com a assessoria de imprensa das UPPs, os policiais foram atacados por criminosos na localidade conhecida como Buraco Quente. Segundo informações, as vítimas desciam o morro a caminho do trabalho quando foram atingidas.
Segundo um sobrinho de Marlene que está no Salgado Filho, mas não quis se identificar, a idosa foi atingida por dois tiros. Em seguida, a filha tentou socorrê-la, mas também foi baleada.
“Foi uma matança, os policiais sabiam que era uma senhora de idade”, disse ele. – Não sei o motivo. Não entendo se os policiais são treinados para salvar ou para matar.
De acordo com familiares, desesperado ao ver o corpo da mulher, o marido de Ana Cristina deu um soco na parede e quebrou a mão.