Baixada criará Consórcio de Segurança Pública

O governador Luiz Fernando Pezão se reuniu com prefeitos da Baixada Fluminense para discutir a criação do consórcio
Thiago Loureiro/PMQ

O governador do Rio Luiz Fernando Pezão esteve ontem na sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense (Cisbaf), onde se reuniu com sete prefeitos da região para discutir a criação do Consórcio Regional de Segurança Pública. Embora o encontro tenha ocorrido em Nova Iguaçu, o prefeito Rogerio Lisboa foi o único que não compareceu. Segundo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, Lisboa não pôde comparecer, pois recebeu em sem gabinete mães de crianças atendidas pela AACD. Ele foi representado pelo secretário de Segurança do município, o coronel Roberto Penteado.
Uma das ideias apresentadas foi a criação de uma central de monitoramento da Baixada em que as câmeras estariam ligadas à central do estado. A iniciativa não só foi aprovada pelo governador Pezão, pelo secretário de Estado de Segurança, Antônio Roberto de Sá, pelo Subchefe Operacional de Polícia, Fernando Antônio Albuquerque e pelo Comandante Geral da Polícia Militar, Walney Dias Ferreira, como também ganhou o apoio dessas autoridades.
O prefeito Farid Abrão, responsável pela ideia da criação do Consórcio de Segurança Pública, acredita que, sem a união dos municípios e estado, não será possível controlar e reverter a situação da violência na Baixada. “Todos os prefeitos estão fazendo os esforços necessários para encontrar soluções dentro dos seus limites, mas a questão extrapola a competência municipal e precisamos do apoio operacional e financeiro do estado e do governo federal”, destaca.
Os prefeitos concordam que a situação é gravíssima e citaram números relativos ao aumento da criminalidade nos seus municípios, as ações realizadas até o momento para tentar reduzir os índices, mas foram enfáticos em cobrar do governador reforço no policiamento nos batalhões. Segundo o prefeito Carlos Villela de Queimados, seu município amarga a segunda posição no ranking das cidades mais violentas do estado, só perdendo para Nova Iguaçu. Ele cobrou um maior efetivo policial. “Não dá para um batalhão que cuida de cinco cidades contar com menos de 500 policiais. Precisamos de pelo menos mais 100 homens para combater a criminalidade”, destacou.

O Presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Nova Iguaçu, Adriano Naval, disse que o consórcio será fundamental, pois vai trabalhar na área de integração e criação de um cinturão de segurança. Ele citou como exemplo o consórcio existente na Região Sul-Fluminense. “Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Porto Real e Três Rios se uniram para melhorar a segurança pública e está dando certíssimo lá”, disse Naval, que criticou a ausência de Rogerio Lisboa.
“Ele tinha que estar presente, ainda mais que Nova Iguaçu que é uma das cidades que mais sofrem com a violência na Baixada. A reunião acontece na casa do prefeito e ele não aparece. Ele não se faz presente em nenhuma reunião do Conselho de Segurança Pública da cidade, não vai aos cafés promovidos do 20º BPM”, lamentou.

Prefeitos vão à Brasília

O saldo do encontro foi uma agenda dos prefeitos com o Governador na próxima semana em Brasília para debater as políticas de segurança nacional, principalmente o aumento do efetivo nas rodovias, como a Presidente Dutra, a BR 040 e o Arco Metropolitano. O secretário de Estado de Segurança, Antônio Roberto de Sá, levantou a possibilidade da estadualização do Arco.
“A ideia é levarmos um pleito para que a união enxergue seu papel de forma mais consistente. Temos um efetivo da policia rodoviária federal que tem atribuição legal e constitucional de patrulhar a rodovia muito aquém do necessário. No caso do Arco Metropolitano, a estadualização pode ser uma opção, hoje há uma indefinição. O estado quer que a união assuma ou que se estadualize, para que possamos fazer uma concessão e, assim, investir não só em iluminação, como na urbanização no entorno e até mesmo no patrulhamento. Precisa ser definido logo quem vai ficar com essa responsabilidade”, frisou.
De acordo com o Governador Luiz Fernando Pezão, o pleito do estado junto com os prefeitos em Brasília será para que pelo menos 300 policiais rodoviários federais cheguem para reforçar o policiamento nas principais rodovias que cortam o estado. Segundo ele, elas são as principais portas de entrada para a chegada de armamento. “Segurança virou problema para todos, vemos jovens à mercê do tráfico, portando pistola e granada. Não vou fugir da minha responsabilidade, o estado não vai bem, mas temos perspectiva de sair da crise. Se tivermos as cidades da Baixada com a gente, teremos mais força para fazer pressão em Brasília. Há dois anos, estamos pedindo o reforço da Polícia Rodoviária”, disse.
O consórcio terá a participação dos municípios de Nova Iguaçu, Queimados, São João de Meriti, Nilópolis, Mesquita, Japeri, Magé e Seropédica.

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