Ao lado dos pais, o skatista Douglas Ugry retornou à pista onde fez primeiras manobras e lamentou estado de conservação
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje
Construída e inaugurada no dia 4 de dezembro de 1976 pelo então prefeito de Nova Iguaçu João Batista Barreto Lubanco, a Praça Ricardo Xavier da Silveira, conhecida como Praça do Skate, abriga a primeira pista de skate da América Latina. Sua piscina, composta por 980 metros quadrados, no entanto, não está à altura da importância histórica que a pista tem para a cidade. Rachaduras e poças d’água impedem a prática esportiva.
O skatista Douglas Marques, 38 anos, conhecido no esporte como Douglas Ugry, é vencedor de vários campeonatos da modalidade. A convite do Jornal de Hoje ele visitou o local ontem de manhã e falou da sua tristeza diante do que constatou. “Aqui falta incentivo de várias formas, falta sensibilidade, falta visão do futuro. Essa pista tem tradição. Vários campeões cariocas saíram daqui. Uma pena ver essa pista assim”, comenta ele, olhando as rachaduras, ao lado dos pais, Pedro Marques, 67 anos, e Martha, 66, com os quais esteve no local, há 30 anos, quando deu o seu primeiro treino em uma pista de skate.
O projeto inicial da Praça do Skate, em grande parte, fora idealizado por um jovem apelidado de Sérgio China. Amante do esporte, ele riscou o traçado, juntou a papelada e foi até a prefeitura mostrar a ideia ao prefeito João Lubanco, que também se interessou pelo projeto e mandou executar a obra.
Em uma entrevista ao repórter de vídeo-documentário, Rafael Bahia, China disse que, naquela época, só havia uma pista semelhante no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Na década de 1990, a pista entrou em decadência e o grupo de desportistas da modalidade criou a campanha SOS Praça de Skate e conseguiu sua restauração. Com quase 41 anos de existência, o espaço passou por algumas reformas e está precisando novamente. “Muitas dessas reformas foram feitas por nós, em mutirão”, lembra Douglas. Além da pista, a área está abandonada e as grades das quadras estão quebradas.
por Davi de Castro (davi.castro@jornalhoje.inf.br)
