Trânsito sem lei em Nova Iguaçu

Na Via Light, ônibus da empresa São José, linha Pavuna, estaciona em local proibido e só sai após ser lotado por passageiros
Fotos: Davi de Castro/Jornal de Hoje

A farra de empresas de ônibus, kombis e vans continua a todo vapor em Nova Iguaçu, contrariando as leis de trânsito. Locais de embarque e desembarque são utilizados como pontos de parada, garagem ou estacionamento de veículos.
O abuso extrapola todas as regras, quando motoristas de vans param no meio da rua, para embarcar ou desembarcar passageiros, não se importando se é cruzamento ou não, ou se está diante de um sinal de trânsito (semáforo) aberto ou fechado.
Na Via Light, cruzamento com a Rua Nilo Peçanha, no Centro de Nova Iguaçu, ônibus da empresa São José, linha Pavuna, ficam estacionados em local proibido, como mostra uma placa ao lado, e só saem quando estão com muitos passageiros. A mesma empresa, durante noite, costuma transformar em garagem a calçada da via expressa, próximo à garagem da empresa, para onde os ônibus deveriam ser recolhidos.

Na Bernardino de Melo, vans param no meio da rua para o embarque de passageiros
Fotos: Davi de Castro/Jornal de Hoje

Por causa da frequência do estacionamento irregular, a calçada está danificada em mais de 100 metros de extensão. Na mesma via, próximo ao viaduto dom Adriano Hipólito, ônibus da Viação Nossa Senhora da Penha estacionam na baia de desembarque, aguardando hora de chegar ao local de embarque no terminal rodoviário. Em frente a ele, dezenas de empresas fazem o mesmo.
Vans, kombis e motocicletas também participam da farra de desrespeito às leis de transito na Rua Ataíde Pimenta de Moraes. Próximo a um shopping ou em frente a ele, ou no meio da rua, motoristas param para embarque e desembarque de passageiros. No lado oposto da rua, funciona um ponto de moto táxi, sobre a calçada de um prédio comercial, em frente a um ponto de táxi.
Do outro lado de Nova Iguaçu, na Rua Bernardino de Melo, kombis e vans ficam estacionadas ao pé da passarela da estação ferroviária, aguardando passageiros. Apesar de estarem embaixo do semáforo, os motoristas não se importam se o mesmo está aberto ou fechado, ou se o estacionamento atravanca o trânsito.
Vale frisar, ainda, que nas proximidades de todos os locais citados, há sempre um agente ou viatura de trânsito que parece não se incomodar com a situação.

Prefeito muda de lado

Criticada por Rogerio Lisboa (PR), quando era candidato a prefeito, a operação da Policia Militar e agentes, que rebocava veículos estacionados em locais proibidos no centro de Nova Iguaçu, passou a ter seu apoio, depois que ele foi eleito. Em 7 de março Lisboa mudou de ideia e criou a “Operação Trânsito Legal”. A iniciativa não resolve o caos do trânsito e ainda irrita motoristas. Estes continuam criticando a operação que, estrategicamente, se intensifica nos finais de semana.
“A razão é que o veículo que é levado para o depósito na sexta-feira, só pode ser liberado na segunda. Assim, para liberar, o dono paga quatro diárias no valor de R$ 88.39 cada e mais R$ 186.58 de taxa de reboque, além de R$ 3.50 pela impressão do boleto, totalizando R$ 543.64. Isso se chama indústria da multa”, revolta-se o motorista Albano Teixeira da Silva, 44 anos. Para ele, quanto mais veículos irregulares na cidade, mais carros serão levados para o deposito da prefeitura. “Por isso, a operação não tem interesse em conscientizar motoristas”, dispara.

 

Por Davi de Castro (davi.castro@jornalhoje.inf.br)

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