Vasco perde seis mandos de campo e é multado por confusão

STJD pega pesado: equipe tem que jogar a 100 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, mas dentro do estado
Jorge Rodrigues / Eleven

Ontem, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou o Vasco e o Flamengo pela briga nas arquibancadas de São Januário após o clássico disputado pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, dia 8 de julho, e vencido pelo Flamengo por 1 a 0.
Ao término do julgamento, o clube cruzmaltino recebeu uma multa de R$ 75 mil e perdeu seis mandos de campo. Além disso, o estádio São Januário continua interditado. Dos R$ 75 mil de multa, R$ 15 mil são referentes ao artigo 211 e R$ 60 mil referentes ao artigo 213.
O Flamengo foi multado em R$ 5 mil. A pena máxima esperada para o clube presidido por Eurico Miranda era a perda de 25 mandos de campo e a multa de R$ 350 mil. Especialistas do direito esportivo consideraram branda, a pena aplicada.
A principal acusação da procuradoria do STJD era que o clube não preveniu e reprimiu as desordens, tentativa de invasão e lançamento de objetos e bombas no campo de jogo. Também foi citado o fato do cruzmaltino não ter mantido a infraestrutura necessária para garantir a segurança dos torcedores, jogadores e profissionais da imprensa.
Os times ainda podem recorrer da decisão no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Os dois lados têm três dias para entrar com o pedido formal para o caso ser revisto e não existe uma previsão de quando o pleno do STJD poderá julgar o recurso. A procuradoria já informou que irá recorrer da decisão, que foi unânime no caso do Rubro-Negro e por maioria de votos no caso do Vasco.
Na última rodada do Campeonato Brasileiro, já com a punição não sendo aplicada, o Gigante da Colina atuou no Estádio Nílton Santos, o Engenhão, sem torcida. A partida contra o Santos terminou em 0 a 0.

Torcedores viveram momentos de tensão e medo

O Jornal de Hoje capturou na internet alguns relatos de vascaínos após a partida. A confusão começou assim que os portões foram abertos e o pior: estourou no seio da torcida cruzmaltina.
>> Viveu momento desesperador ao lado do pai – “Eu e meu pai saímos um pouquinho antes de terminar o jogo e estávamos em um churrasquinho em frente a área da social. Estava tranquilo, mas depois chegou um monte de gente correndo, com a polícia jogando spray de pimenta na gente. Aí, do nada uma amigo do meu pai levou um golpe de cassetete na perna dele, mas ele nem tinha feito nada, estava quieto. Depois de meia hora de já ter terminado a confusão, a polícia veio e eu vi duas bombas de gás caindo perto da gente. Por causa disso eu comecei a vomitar, assim como todo mundo que estava perto da gente. Todo mundo saiu correndo, perdi meu pai e demorei uns cinco minutos para acha-lo. Fiquei tonto durante uma hora, bem desesperador. Nunca passei um momento tão tenso na minha vida”. (Gabriel Cirone, de 15 anos).
>> Briga e roubo na fila – “Confusão começou desde o início. Muita gente que estava lá dentro,a gente já tinha visto em outros jogos, e eles estavam roubando as pessoas na fila. Na hora que eu entrei, já tinha briga desde o início, é que no final do jogo acabou estourando mais. No intervalo teve briga, uma senhora quase caiu no vão da escada. A gente via que a intenção de certas pessoas era só brigar. Tinha gente ali que não estava nem prestando atenção no jogo. Eu tive até que trocar de lugar no estádio, porque tinha briga em toda parte. E mesmo assim no final do jogo quando tentei me esconder acabei levando spray de pimenta. Tive que sair correndo e nessa hora levei mais spray. Para sair foi um absurdo, porque a gente quase não conseguia sair de São Januário. Quando a gente conseguiu sair, levou mais spray de pimenta e a gente ainda teve que ouvir desaforo de PM que estava lá. Isso sem a gente ter feito nada. Tinha muita confusão do lado de fora. Isso só parou depois que a cavalaria passou”. (Torcedora que pediu para não ser identificada).

 

por Jota Carvalho

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