Novela do mandato de Daniele pode acabar hoje

Os crimes eleitorais do marido Gelsinho Guerreiro, ex-prefeito de Mesquita, ajudou a complicar a vida da deputada
Arquivo / JH

A novela da cassação do mandato da deputada estadual Daniele Guerreiro (PMDB) poderá apresentar hoje seu quarto e último capítulo, no plenário do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ). A acusação pela extensa lista de crimes eleitorais que seu marido Gelsinho Guerreiro (PRB), ex-prefeito de Mesquita, teria cometido em favor dela, o impediria também de disputar eleições por oito anos.
>> Casal inelegível – Na primeira sessão de julgamento do processo nº 8069-96.2014.19.0000, no TRE, dia 17, Daniele perdeu por 5 votos a zero. Na data, o jurista Raphael Matos pediu “vistas” ao processo (rever os autos), a sentença não pode ser publicada. Como a legislação determina prazo para que os procedimentos retornem à sessão de votação, o caso da deputada deverá entrar em votação hoje, segundo prevê o advogado Luiz Paulo de Barros Correia Viveiros de Castro, que acompanha a ação, impetrada por Waltinho Paixão, atual vice-prefeito de Mesquita. Já outros especialistas no assunto, consideram como certa a decisão da justiça, de tornar o casal inelegível por oito anos.
Pela nova legislação eleitoral, Daniele Guerreiro poderá recorrer da cassação do seu mandato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Porém, o órgão poderá referendar a votação do TRE-RJ e manter a cassação, além de impedi-la de disputar cargos eletivos por oito anos. Já o seu marido Gelsinho, que pretende ser candidato, poderá ter seu sonho transformado em pesadelo, pelo TRE, ao ser impedido de disputar eleições pelo mesmo período. A situação do GG, como também é conhecido, ainda é mais complicada, porque se fala pelos bastidores da Câmara de Vereadores de Mesquita, segundo apurou o JH, que a prestação de contas da administração dele deverá ser rejeitada.
>> Os crimes – Na campanha eleitoral d 2014, no galpão de Daniele, ou ‘galpão do prefeito’, como o local era chamado, fiscais do TRE apreenderam 3 trios elétricos, 2 kombis, centenas de placas sem constar tiragem, planilha de controle de pagamento de cabos eleitorais e de motoristas, 17 caixas de fogos, 10 computadores, vale combustível e documentos de 64 veículos alugados em uma empresa de hortifrutigranjeiros e cedidos para a campanha. Além disso, os fiscais identificaram 60 pessoas que trabalhavam no galpão, para saber se os nomes constavam do quadro de servidores da prefeitura. Na ocasião, setores da fiscalização eleitoral comentavam que este fora o maior crime eleitoral cometido no estado do Rio.

 

por Davi de Castro (davi.castro@jornalhoje.inf.br)

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