Prefeitura fecha 11 unidades de saúde na Zona Oeste

Mais de 2 milhões de cariocas perdem, a partir desta terça (1), a assistência médica de equipes de saúde da família. A Prefeitura do Rio reduziu o contrato firmado com a Organização Social Iabas, responsável por Clínicas de Saúde da Família (CSF) e Centros Municipais de Saúde (CMS) na Zona Oeste do Rio. Em função do corte no valor do contrato de prestação de serviço, 11 unidades na região 4.0 (Barra da Tijuca) serão fechadas. Apenas duas clínicas que ficam na comunidade Rio das Pedras continuarão funcionando.

Ao todo, 89 equipes formadas por oito profissionais, entre médico, enfermeiros e agentes de saúde, serão demitidas. No total, serão 712 profissionais dispensados. Cada unidade da Clínica de Saúde da Família é responsável pelo atendimento de um grupo que varia de 25 a 30 mil pessoas.

O vereador Paulo Pinheiro (PSOL), membro da comissão de Saúde da Câmara, afirma que o fechamento das unidades de saúde da Zona Oeste é o início de um colapso na rede municipal de Saúde. Nesta terça-feira, foi confirmada ainda o fechamento da emergência do Instituto Philippe Pinel, em Botafogo, por falta de médicos.

“Há um colapso na rede de saúde do município. Não tem orçamento e o dinheiro acabou. A prefeitura atingiu o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal e a arrecadação de receitas caiu. A Saúde tem quase R$ 400 milhões de empenhos não pagos pela gestão de Eduardo Paes que o atual governo terá que pagar. Foram inauguradas na época da campanha eleitoral 35 Clínicas de Saúde da Família que não estavam previstas para o orçamento deste ano. A receita que foi planejada não está sendo cumprida. Temos problema de arrecadação, mas não podemos fechar unidades. O prefeito precisa remanejar recursos de outras secretarias”, afirmou Pinheiro.

O vereador alerta que a Secretaria de Fazenda tirou R$ 523 milhões do orçamento da Saúde.

“Chegaram ao teto de responsabilidade fiscal e não podem mais empenhar nada, porque acabaram os recursos. Os hospitais não poderao mais fazer compras nem renovar contratos. Isso já está acontecendo no Hospital Salgado Filho, que está sem poder renovar o contrato de engenharia clínica. Os hospitais terão que começar a economizar material e, nesses casos, logo suspendem as cirurgias eletivas. Só vi uma situação como esta quando Saturnino Braga faliu a prefeitura (em 1988)”, disse o vereador.

error: Conteúdo protegido !!