Visivelmente desconfortável, Waltinho Paixão assumiu como prefeito de Mesquita em rápida cerimônia e discursou em menos de um minuto
Bruno Santos

O vice-prefeito de Mesquita, Waltinho Paixão (PROS), foi empossado ontem, às 19h, no cargo de prefeito. A convocação foi feita pela Câmara dos Vereadores, depois do afastamento do prefeito Jorge Miranda (PSDB), na terça feira (1º), que aguarda decisão da Justiça.
Apesar do afastamento de Jorge, o clima era de tranquilidade ontem nos corredores e departamentos da prefeitura. Amigos e servidores, porém, estão na expectativa de que ele seja reconduzido ao cargo, através da Justiça, a qualquer momento. No entanto, para que o governo não fique sem comando, o vice foi empossado no cargo de prefeito, como determina a lei.
Waltinho não quis solenidade e preferiu assinar o termo de posse na prefeitura em seu gabinete. A câmara, porém, sugeriu que fosse em sessão plenária na sede do Poder Legislativo, como manda o protocolo.
Com semblante tranquilo, Waltinho Paixão chegou à Câmara às 19h e foi logo convidado pelo presidente Marcelo Biriba a dirigir-se à Tribuna para fazer o juramento de rotina. Em seguida, a palavra foi aberta aos vereadores por três minutos cada um. Todos saudaram o prefeito empossado, o destacando ainda como um dos emancipadores da cidade.
Dos dez minutos franqueados a Waltinho Paixão, ele usou menos de um e demonstrou certo desconforto com a situação. “Quero agradecer a Deus primeiramente. Tenho muito orgulho pela cidade de Mesquita que amo e gosto. Estou aqui obedecendo o chamado da lei”. Em seguida recebeu os cumprimentos dos vereadores e do público em geral, momento em que a sessão fora encerrada.

Waltinho publica carta aberta nas redes sociais

Ao povo de Mesquita

Mais uma vez estou aqui, assumindo o meu papel como servidor público, para salvaguardar os interesses da nossa Cidade, do nosso povo, da nossa gente. Todas as manhãs, percorro bairros e ruas de Mesquita, atendendo a população e buscando soluções para os problemas.
Seja na parte da iluminação pública, buracos, capina, asfalto, remoção de entulho, lixo, enfim, tudo o que é possível, para suprir as necessidades públicas e tornar o dia da população cada vez melhor.
Agora, impelido pela força da lei, esta mesma lei me impõe, como vice-prefeito que sou desta Cidade, uma responsabilidade maior. E mesmo que este desafio seja por pouco tempo, ou muito, não importa quanto dure, quero dizer que continuarei firme, no propósito de cuidar da nossa gente, que a mim, Waltinho Paixão, e ao prefeito Jorge Miranda, confiou o destino de Mesquita pelos próximos 4 anos.
Como já disse antes, na política sigo o aprendizado do meu tio, o emancipador e primeiro prefeito dessa cidade, José Montes Paixão. Ou seja, estou à disposição da Justiça e subordinado a ela, sempre, assumindo um desafio maior, até que esta mesma Justiça, na sua alta sabedoria, dê a conclusão do debate que ora se trava entre o Poder Legislativo e o poder Executivo, na pessoa do meu amigo, o prefeito Jorge Miranda.
Nada haverá de anormal no meu procedimento. Sou cumpridor dos meus deveres e obrigações e sempre primei pela moral e os bons costumes, pois foi isso que meus pais me ensinaram.
Quero dizer a todos que esperem de mim o respeito, pois o mesmo eu espero de todos. Nesse momento da vida pública e administrativa, pelo qual a nossa cidade de Mesquita atravessa, muitos hão de me perguntar pelas ruas o que aconteceu:
E eu já adianto aqui o que irei responder: Confio na intenção do prefeito Jorge Miranda. E entendo o princípio legal do Poder Legislativo, como instrumento fiscalizador do bem público. Mas não sou a favor da guerra. Pois entendo, também, que, entre o direito e a justiça, fico com a paz. Pois só com a paz é que conseguimos encontrar o caminho da Justiça.
E Deus e a Justiça é que dirão o que acontecerá no futuro, que não haverá de tardar.
Muito obrigado.

Waltinho Paixão