Propensão ao fácil: tendência comum ao ser humano

*Carlos B. González Pecotche

Aquele que se propõe levantar um edifício necessita, para assegurar sua estabilidade e solidez, conhecer antes a firmeza do terreno sobre o qual construirá os alicerces, bem como a qualidade do material que empregará para levantar isso a cabo. Com igual lógica, podemos dizer que a obtenção de uma capacitação psicológica e mental, como a que a logosofia demanda, deve basear-se na solidez a toda prova do terreno mental e no conhecimento prévio dos elementos que haverão de integrar essa capacitação.
Ao considera-la subordinada em parte à qualidade e harmonia do conjunto das faculdades centrais do mecanismo mental, é razoável pensar que se deverá começar por conhecer como funcionam tais faculdades.
A logosofia já mencionou a tendência do homem para o fácil, afirmando que a causa dessa propensão reside na fala de capacitação para enfrentar as dificuldades que se apresentam, provenham elas de problemas, projetos, situações, etc. Isso obedece quase sempre à ausência de um treinamento que possibilite realizar com êxito o esforço que essas dificuldades demandem; resumindo, tal inaptidão se revela pela carência dos estímulos positivos que a própria capacitação proporciona diante de qualquer emergência.
Postas às claras as causas que dão origem a essa aversão que o ser experimenta a tudo o que lhe exige algum esforço – de modo particular o esforço mental -, chegamos à conclusão de que, para emancipar-se dessa propensão ao fácil acentuadamente negativa, deve ele capacitar-se, adestrar-se e criar estímulos.
Capacitar-se significa dar lugar na mente a elementos que habilitem o ser para desempenhar-se com idoneidade e independência.
O adestramento, por ser um exercício da capacitação, aumenta a agilidade mental, predispondo o ânimo ao feliz desenvolvimento da vida, a qual constitui por si uma fonte criadora de estímulos que movem a vontade para uma atividade fecunda, necessária em alto grau à realização, sem maiores tropeços, do processo de evolução consciente que o aperfeiçoamento integral do próprio ser reclama.
Assim, pois, com o conhecimento da deficiência assinalada, e mantendo-a sempre à vista, abastar-se-á toda idéia de realização fácil, para encarar os estudos com seriedade e, assim, propiciar o despertar do entusiasmo, que se manifestará tão logo o ser comece a internar-se no vasto campo da sabedoria logosófica.

*Autor da Logosofia – Carlos B. González Pecotche. Centro de Difusão e Informação de Logosofia de Nova Iguaçu – CDIL NI

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