Nossos Bichos – 12/08

Todo cuidado é pouco com a Esporotricose

Fonte: Web Animal

Esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que acomete o homem e uma grande variedade de animais. Geralmente é encontrado no solo, crescendo em plantas, cascas de árvores, vegetais e material em decomposição, estando preferencialmente presente em ambientes quentes e florestas úmidas. A distribuição da esporotricose é mundial, ocorrendo principalmente em áreas tropicais e subtropicais, como o nosso país.   A esporotricose do gato doméstico apresenta algumas características diferentes daquela observada em outras espécies, a mais importante é a grande quantidade de células fúngicas nas lesões da pele. Essa superpopulação de fungos potencializa a capacidade infectante das lesões, quer ao homem, quer a outros animais.
A transmissão da esporotricose felina ao homem ocorre através de mordeduras e arranhaduras de gatos doentes, ou ainda pelo contato da pele ou mucosa com as secreções das lesões. Raramente a transmissão resulta da inalação dos “fungos”, provenientes da terra ou vegetais em decomposição.
As formas clínicas de esporotricose são: cutânea (localizada e disseminada) ou extra-cutânea (pulmonar e disseminada). Em muitos casos, mais de uma forma clínica pode ser observada. A lesão inicial é sólida, circunscrita, avermelhada e levemente elevada, aumentando lentamente para se tornar um nódulo que, posteriormente ulcera (a lesão se abre).
Em casos graves, onde o agente se espalha, pode haver comprometimento generalizado do organismo, desenvolvendo sinais clínicos como: apatia, perda de apetite, febre e perda de peso. Os sintomas relacionados à infecção pulmonar são fadiga, espirros, tosse com ou sem catarro, emissão do sangue pelas vias respiratórias e/ou boca, hemoptise e esforço respiratório.
O diagnóstico da esporotricose baseia-se no histórico contado pelo proprietário, exame físico e dermatológico feito pelo médico veterinário, além de exames laboratoriais. Dentre os exames complementares existe: citodiagnóstico, cultivo micológico, intradermorreação e histopatologia.
O diagnóstico diferencial em felinos inclui outras doenças que causam lesões cutâneas como infecções bacterianas profundas, micobacteriose atípica, criptococose, histoplasmose, neoplasias e leishmaniose tegumentar.
Apesar da esporotricose felina possuir um curso de tratamento relativamente longo e ser uma zoonose (doença que pode ser transmitida entre os animais e os seres humanos), há tratamento eficaz. A medicação deve ser utilizada até a total cicatrização das feridas para evitar uma recidiva.
Medidas profiláticas como o uso de luvas na manipulação de animais com lesões suspeitas, tratamento e isolamento dos animais doentes até a completa cicatrização das lesões, desinfecção das instalações com solução de hipoclorito de sódio instituída durante o tratamento, visam proteger os humanos que mantenham contato com gatos infectados, devido à natureza contagiosa da doença. Uma outra medida importante é a castração dos gatos machos que, por circularem pela rua, são mais propensos a brigas que podem causar feridas e acidentalmente abrigar o fungo. Se os devidos cuidados de profilaxia forem adotados, principalmente por Médicos Veterinários e proprietários de animais infectados, os riscos de transmissão da doença para humanos, serão bastante reduzidos.
Caso de suspeita procure o médico veterinário de seu “bichano”.

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