Prefeito Jorge Miranda sustenta que “não faz acordo com bandidos”

Prefeito de Mesquita diz que não mudará seu comportamento em relação aos vereadores da Caçulinha da Baixada
Extra On Line

De volta ao cargo pelas mãos da justiça, quatro dias depois de ter o mandato cassado pela Câmara de Vereadores, o prefeito de Mesquita, Jorge Miranda (PSBD) sustenta a polêmica declaração de que “não faz acordo com bandidos”.
Ele conta que a lição que tirou desse embate serve de exemplo para a sociedade, os meios políticos, a justiça e para os órgãos reguladores. “Acredito que, com essa relação, deixamos um ponto marcado na história da Baixada Fluminense”.
>> Sem ‘toma lá, dá cá’ – Para Jorge Miranda, a relação entre o Poder Legislativo e o Executivo, é geralmente, “uma coisa estranha…um dificultador, para querer facilitar as coisas”, avalia. Mas depois da declaração polêmica à imprensa que “não faz acordo com bandido”, e de não ceder às pressões politicas, a relação entre os dois poderes ficou ainda mais complicada. “Enquanto o estado e o país estão em crise, a gente está completamente em dia, já pagamos inclusive o 13º salário, e a Câmara quer agir de forma diferente, tentando dificultar a operação financeira, que é para pagar o funcionalismo …(pausa)…muito estranho, então eu falei isso”, sustenta.
Porém, ao vencer a queda de braço com a Câmara, Jorge Miranda desabafou: “nisso tudo, ficou a lição que todos nós temos de aprender, que é mudar a história da Baixada”, acredita.
>> Transparência – Para ele, a região, que é conhecida por exalar cheiro politico ruim, precisa exalar o cheiro politico bom e acabar com a política do ‘toma lá, dá cá’. “É preciso aplicar os recursos no lugar certo e os vereadores que façam o seu papel de fiscalizar e elaborar leis”, assegura.
Ele promete manter em dia também o que dizia durante a campanha eleitoral, caso fosse eleito prefeito. “A gente não abre mão da transparência e que todos os atos sejam pautados na legalidade. Por isso compartilhamos nossos processos com a justiça, com os meios políticos e com a sociedade, através do nosso portal de transparência. E assim será nossa administração até o final do meu governo ”, garante.
>> Justiça garante/Memória – Jorge Miranda foi cassado pela Câmara de Vereadores, por 9 dos 12 votos da Casa, no dia 1º de agosto, acusado de “improbidade administrativa”, ao negociar com o instituto de previdência dos servidores do município, o Mesquita Prev, o repasse de R$ 14 milhões para pagar salários atrasados dos servidores, cuja dívida fora deixada pelo governo anterior. Mas o poder legislativo entendeu como empréstimo e, como tal, deveria ter pedido autorização da Câmara. Jorge recorreu à justiça que, justificando a resolução 043/2001 do Senado Federal, que não considera a medida como “empréstimo”, suspendeu a sessão da Câmara, que cassou o prefeito, e ainda os efeitos do decreto 001/2017, que tornou o cargo vago.

 

por Davi de Castro – (davi.castro@jornalhoje.inf.br)

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