Sorteio de apartamentos populares pela Caixa gera polêmica em Japeri

Prefeito Carlos Moraes convocou a gerente da Caixa Econômica de Japeri, Jaqueline Machado (de blusa listrada)
Divulgação/PMJ

O prefeito de Japeri, Carlos Moraes, convocou ontem, em seu gabinete, a gerente geral da agência local da Caixa Econômica Federal, Jaqueline Machado, para que ela informasse os critérios adotados na seleção das famílias sorteadas na sexta-feira (11) para os condomínios Eucalipto 1, 2 e 3, do Programa Minha Casa Minha Vida, na Vila Conceição, em Engenheiro Pedreira.
Segundo Carlos Moraes, que se reuniu também com o secretário municipal de Assistência Social e Trabalho, Márcio Rodrigues Rosa, o Márcio Bibi, famílias que não têm casa própria e que se enquadram no perfil do Programa do Governo Federal, a exemplo de quem vive do Aluguel Social, não foram contempladas, enquanto que proprietários de imóveis teriam sido beneficiados. Ele citou o caso de Isac Carvalho Moreira e Rosana Cabral, que seriam vizinhos do ex-prefeito Ivaldo Barbosa dos Santos, e beneficiados.
“Quero saber quais foram os critérios para o cadastro dos candidatos ao Programa Minha Casa Minha Vida, aqui em Japeri, feitos em 2014, 2015 e 2016, ainda na gestão do ex-prefeito. Até porque, a Gerência Regional de Habitação de Volta Redonda, responsável pelo programa no município, não permitiu que fizéssemos uma revisão ou até mesmo o recadastramento dos candidatos”, explicou o prefeito.
Ainda de acordo com Carlos Moraes, muitos candidatos preteridos do município estão indignados. “Enquanto isso não é esclarecido, o povo sai às ruas dizendo que o atual prefeito recebeu uma cota para distribuir aos amigos dele, o que não é verdade. Eu não interferi em nada, em momento algum, porque fui obrigado a obedecer ao cadastro firmado pelo ex-prefeito. Ele sim, é que contemplou vários amigos”, disse, pedindo que as pessoas denunciem casos de irregularidade no sorteio do Minha Casa Minha Vida.

Gerente diz que vai apurar
A gerente Jaqueline Machado disse ao prefeito que vai apurar as denúncias para saber se elas procedem ou não e reavaliar a questão. Segundo ela, o Programa Minha Casa Minha Vida tem várias etapas, com cadastro dos candidatos, comprovação e análise da documentação.
“A pessoa pode morar num castelo, mas se não comprovar o registro, o imóvel não vai aparecer para a Caixa Econômica Federal. Infelizmente, o município de Japeri tem um problema muito grande de regularização fundiária. Muitos imóveis na região não têm o devido RGI (Registro Geral de Imóveis). E quem pode dizer se tem ou não é a Prefeitura, a partir do IPTU em nome da pessoa selecionada”, disse a gerente.
“Quem avalia a regularidade dos documentos e da situação cadastral de cada família é uma gerência de Habitação da Caixa. Essa etapa foi feita corretamente”, afirmou.
Sobre as queixas de candidatos que não teriam sido avisados do sorteio das casas, Jaqueline Machado orientou os preteridos a procurar a Secretaria Municipal de Assistência Social para se informar sobre a sua situação.
“Somente lá, elas podem saber por que não foram selecionadas. Pode ter sido por problema de renda, acima de R$ 1.800, exigidos, ou porque está com restrição cadastral ou ainda por ter declarado alguma informação incorreta”, explicou, frisando que muitos candidatos não atenderam à convocação da Caixa e da Prefeitura para regularizar documentos ou para assinar formulário de requisição do imóvel. “Isso atrasou a entrega das casas, previstas inicialmente para março ou abril”, contou.

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