Clientes da Light denunciam cobranças indevidas

A Light – serviços de eletricidade S.A, continua sendo uma das principais dores de cabeça de seus clientes em Nova Iguaçu. Abusos e arbitrariedades nas cobranças são cometidos pela empresa, à revelia dos consumidores, com alegações de irregularidades que não existem.
Grande parte dos usuários dos serviços está recorrendo à Justiça contra os abusos, enquanto outros, mais desavisados, acabam pagando por um consumo que não existiu. Houve casos de cobrança indevida de quase R$ 10 mil e residência com equipamentos que não existem.
Morador de Austin, Carlos Alberto Pereira, 56 anos, pode ser mais uma das centenas de vítimas da Light que, todos os dias, abarrotam as dependências na empresa, situada na Rua Ministro Edgar Costa, nº 24, no centro de Nova Iguaçu, em busca de soluções que, geralmente, só são revolvidas na Justiça. Carlos pagava, em média, R$ 125,00 mensais pelo consumo de energia. Ele notou aumento no valor de sua conta, mas não se deu conta de que estava sendo lesado. “Depois de pagar a terceira parcela, notei que estava escrito 16 parcelas no valor de R$ 48.82, alegando ‘desvio de ramal’ que, no popular, significa gato. Não é pelo fato de ser evangélico, mas eu nunca fiz isso na minha vida”, desabafa.
Carlos telefonou para a empresa, tentando resolver o problema, mas não conseguiu, em virtude da burocracia. “Eles fazem um monte de perguntas, depois dizem que é preciso comparecer à Light, encaminhar uma carta e aguardar. Enfim, é tanta burocracia e eu não sei para que serve aquele telefone… Aliás, não serve pra nada”, avalia o cliente. Ele disse ter presenciado o sofrimento de uma pessoa idosa que, por não poder pagar uma cobrança de R$ 2 mil, teve seu fornecimento de energia interrompido.
O caminho mais curto para resolver o problema tem sido a Justiça. Tanto que na porta de entrada da empresa existem várias pessoas distribuindo cartões com endereço e telefone de vários escritórios de advocacia.
>>>Mais abusos – A advogada Valéria Sampaio, 46 anos, foi vítima de uma cobrança no valor de R$ 9.737,84 dividido em 12 parcelas. Seu escritório, na Rua Getúlio Vargas, 167 (rua dos Cartórios), onde trabalha com a colega Bruna Gomide (31) e outros advogados, é bastante procurado para casos como esses. Paulo Cesar, de 37 anos, por exemplo, conseguiu anular a cobrança que lhe foi imposta, da qual constavam equipamentos que ele nunca teve em casa. Ocorrências como a dele também acontece em vários bairros de Nova Iguaçu, Belford Roxo e outras regiões da Baixada. A Light, procurada pelo Jornal de Hoje, disse “que todos os procedimentos adotados seguem a Resolução 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”.

 

por Davi de Castro (davi.castro@jornalhoje.inf.br)

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