Delegada espera informações de Uber sobre motorista que atacou passageira

A delegada Cristiana Onorato Miguel Bento, titular da 13º DP (Copacabana), já requisitou à Uber os dados cadastrais do motorista que teria atacado a passageira Roberta Coelho Pereira com arma de choque na madrugada do último sábado. O registro de ocorrência foi feito no sábado e a vítima informou o primeiro nome e a foto do motorista, dados que ela conseguiu recuperar pelo aplicativo. Segundo a delegada, a delegacia vai aguardar pela resposta da Uber até o fim da tarde dessa segunda-feira. Caso não haja retorno, um oficial de justiça será enviado para notificar a empresa de transporte.

Na madrugada de sábado, a executiva de contas do ramo do turismo Roberta Coelho Pereira solicitou um carro pelo aplicativo Uber por volta das 3h50 na Avenida Nilo Peçanha, no Centro, para voltar para casa, em Copacabana. Durante o trajeto, a bateria do celular de Roberta descarregou. O motorista se ofereceu para carregar o aparelho, na parte dianteira do veículo. Ao chegar ao seu destino, Roberta teria sido agredida com uma arma de choque e teria tido o celular roubado pelo motorista.

“Ele foi gentil oferecendo o carregador, mas depois disso, ficou a viagem toda quieto, não falou mais nada. Quando estávamos chegando ao meu endereço, ele passou da minha portaria, aí eu disse “moço, o senhor passou”. Então, ele já gritou que daria ré, mas fez isso de forma brusca e eu achei estranho. Mas agradeci, abri a porta e pedi o meu celular. Foi aí que ele veio pra cima de mim, achei que ele ia me agredir. Essa cena não sai da minha cabeça”, relata Roberta.

Roberta registrou o caso na 13ª DP (Copacabana) no mesmo dia que o caso aconteceu e afirma que pretende processar o aplicativo. Ela trabalha como autônoma e está sem realizar as vendas enquanto se recupera. A vítima teve escoriações pelo corpo e está com hematomas nos braços e no rosto, provocados por sua queda do carro. As dores nas pernas e nas costelas também são reflexos da violência que teria sofrido durante a madrugada. Roberta buscou atendimento no Hospital São Lucas, logo depois do incidente, e domingo foi ao Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exames.

“As pessoas estão me atacando pela internet dizendo que eu devia estar bêbada ou não quis pagar pela corrida, isso é mentira. Mas, mesmo que eu estivesse extremamente bêbada, nada justifica uma agressão, ainda mais à uma mulher. Todas as propagandas falam para, se dirigir, não beber. Eu segui as recomendações, fiz o certo e fui agredida. A dor pode até passar, mas as cenas dele me atacando não saem da minha cabeça”, lamenta a executiva de contas.

O motorista, que aparenta ter cerca de 30 anos, tem registrado no aplicativo da Uber o nome Werther, é de Nova Iguaçu e dirigia um Ford Fiesta Sedan. A placa do carro somente é mostrada enquanto o serviço está em curso. Roberta só se lembra das letras, LLM.

“Eu vou processar a Uber e quero ver esse motorista preso. Agora, minha vida social vai acabar sempre 22h e sempre perto de casa. Se eu pegar um Táxi, vai ser acompanhada, não ando mais sozinha. Minha filha é adolescente e ficou em pânico quando me viu. Ela falava que eu tinha que ficar internada no hospital e pediu para eu não sair mais. A médica do IML pediu para eu procurar um ortopedista, ela suspeita que tenha um fissura no meu joelho esquerdo”, conta Roberta.

Procurada, a empresa de transporte respondeu via e-mail que “o motorista foi banido da plataforma. A Uber vai ajudar as autoridades nas investigações”.

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