“Despacito”: apesar dos shows em campo, Neymar se incorpora ao PSG com calma

O bom ambiente nos treinamentos e o show dentro de campo sugerem que Neymar chegou ao Paris Saint-Germain com o pé na porta

O bom ambiente nos treinamentos e o show dentro de campo sugerem que Neymar chegou ao Paris Saint-Germain com o pé na porta. Em duas partidas pelo novo time, o craque foi eleito duas vezes o melhor do jogo, marcou três gols, deu três assistências, sofreu um pênalti e desfilou seu repertório de dribles. Um belíssimo cartão de visitas.
Fora de campo, Neymar exibe o entrosamento com os brasileiros em diversos vídeos e fotos nas redes sociais. Ele se dá muito bem com Daniel Alves, Lucas, Thiago Silva e Marquinhos. Já postou também brincadeiras com alguns estrangeiros. Mas o camisa 10 teve cuidado ao se incorporar ao elenco para não entrar em atrito com os companheiros, especialmente as estrelas, como Edinson Cavani.
Fã de música brasileira – principalmente de Raça Negra e Só Pra Contrariar -, o atacante uruguaio contou um pouco dos bastidores da chegada de Neymar, que no Barcelona costumava colocar suas músicas prediletas no vestiário. No PSG, o tema é “Despacito” (devagarzinho, traduzido ao português), mas não no ritmo, e sim na conduta.
“Ele foi muito tranquilo. Nos primeiros dias esteve muito tranquilo, nem quis colocar música, deixou que nós continuemos colocando, pois fazemos isso há mais tempo. Mas com certeza daqui a um tempo ele começará a colocar sua música, a que ele gosta. Um pouco cá e um pouco lá. É um vestiário, um time, e podemos escutar um pouco de música brasileira, uruguaia, argentina, francesa… Mas sei que ele escuta muita música latino-americana (risos)”.
Cavani, por sinal, envolveu-se em um momento de certa apreensão com Neymar na vitória por 6 a 2 sobre o Toulouse, no domingo. O camisa 10 fez jogadaça individual e sofreu pênalti. O uruguaio, que ainda não havia marcado na partida – enquanto o brasileiro já tinha deixado o seu primeiro -, pegou a bola e foi para a cobrança. Neymar chegou perto, pediu para bater, mas Cavani não permitiu.
“Sim. Acontece que, quando você tem muitos jogadores de talento juntos, é normal pedir para bater uma falta, um pênalti. Acontece automaticamente. São coisas que acontecem dentro do campo e se resolvem lá em um segundo. Nada de outro mundo, me parece algo normal”, minimizou Cavani.
Pelo semblante de Neymar naquele momento, deu para ver que ele não ficou muito satisfeito por não cobrar o pênalti, mas após o jogo também preferiu não alimentar polêmica.
“Não existe ciúme nem nada disso. É uma coisa conversada durante a partida. Ele estava bem para bater e fez o gol, é isso que importa. O que importa é ajudar a equipe”.
Quando Cavani fala, não é qualquer um. É um dos líderes do elenco e que ficou à sombra de Ibrahimovic por alguns anos. Na temporada passada, o camisa 9 foi o grande destaque do time, posto que ele já perdeu para Neymar. O atacante tem um jeito bastante simpático de tratar as pessoas, mas faz questão de deixar claro que, para Neymar, os objetivos coletivos têm que estar em primeiro lugar. Ele respondeu isso quando foi perguntado se o ajudaria a ser o melhor do mundo em 2018.
“Com certeza ele acrescentou muita coisa boa para nossa time. Isso está começando agora, ele tem que ir tranquilo, sabendo que o campeonato é longo, que há muitos jogos e competições para disputar. Apesar de ter começado bem, a temporada é muito difícil. Por agora tudo é muito positivo. Tem que ir com calma e tranquilo, sabendo que tivemos incorporações importantes e que temos um dos melhores jogadores do mundo conosco. Faremos o melhor para que, se ele tiver desejos pessoais, possa cumpri-los, mas desde que os desejos coletivos estejam à frente, como tem que ser em um time. Desejamos o melhor a ele, e pelo que estamos vendo está bem adaptado. Esperamos que ele siga se adaptando dessa maneira conosco”.

 

Fonte: Globoesporte.com

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