Emoção no encerramento da Jornada Pedagógica

O educador Cesar Nunes levou plateia às lágrimas na Jornada Pedagógica de Japeri
 PMJ/Divulgação

“O futuro de Japeri vai depender do tanto de amor que a sociedade dispensar para a sua geração de hoje. Se o amor for maior do que as cobranças, crianças e adolescentes terão uma chance na luta titânica pela vida”. A mensagem foi lançada pelo educador Cesar Nunes, penúltimo palestrante da 9ª Jornada Pedagógica de Japeri, encerrada ontem, sob o tema “Juntos por uma educação de qualidade”.
Evento, que lotou a quadra da Escola Municipal Darcílio Ayres Raunheitti, no bairro Nova Belém, teve a participação ainda, na terça e quarta-feira, de personalidades de renome nacional, como José Inácio da Silva Pereira, o Pachecão; Hamilton Werneck e Gabriel Chalita, último orador do ciclo de debates abordando “O papel do educador e sua colaboração para um ensino de qualidade”.
Professor, pedagogo, filósofo, psicólogo e jornalista, Cesar Nunes levou às lágrimas o prefeito Carlos Moraes, a secretária de Educação Roberta Bailune e o público na plateia, ao relatar a própria experiência de vida pobre com os pais e a primeira escola, no Paraná, onde viveu parte da infância e adolescência. Ele disse que qualquer criança poder crescer e vencer para a sociedade, se receber carinho, afeto e amor na sala de aula.
Segundo o educador, o professor precisa cultivar e dizer palavras bonitas para os alunos, filhos e crianças, como atitude própria do mundo dos adultos, sobretudo do professor que precisa ter atualização pedagógica, conhecer o que faz, ter riqueza didática, saber dar uma aula de diferentes maneiras, ter equilíbrio emocional e maturidade.
Para Cesar Nunes, os problemas de aprendizagem e convivência que os alunos levam à sala de aula são pequeninos perto dos conflitos mundiais mostrados diariamente na mídia. “Aprender não é somente responsabilidade da criança, é responsabilidade do sistema educacional, da teoria pedagógica, da universidade, de cada um de nós fazer melhor o nosso papel”, frisou.
“O ser humano precisa transmitir uma rede de valores, um conjunto de bens simbólicos que não vem pelo DNA, com o nosso nascimento, mas pela educação que humaniza, forma o ser humano, dando-lhe a individualidade positiva. Todos têm que se sentir amados, do contrário não conseguirão endereçar ao mundo um ato de amor”, explicou.
Cesar Nunes criticou ainda o papel dos veículos de informação no que chamou de “deformação do caráter” da criança e do adolescente que, segundo ele, leva para a sala de aula o seu envolvimento precoce com a sexualidade, o dinheiro a qualquer preço, a mentira e a falta de valores.
“Dos produtos da indústria cultural, o Big Brother é o pior. Ele entra na família em horários extremamente estratégicos, são escolhidas pessoas exóticas para viver num zoológico humano fechado, vigiado e editado para produzir toda noite, num país de medíocres, uma sessão de masturbação coletiva”, disse, numa alusão à Rede Globo de Televisão.
“Crianças e adolescentes não têm poder de escolha”, observou o professor, para quem o aluno não chega à sala de aula neutro, mas já todo descaracterizado pela sociedade.
Para a secretária Roberta Bailune, os professores da rede de ensino do município são heróis da resistência no papel de agentes transformadores e construtores de uma sociedade melhor.
“Temos o dever, o direito, a missão de mostrar para a sociedade a importância da educação na vida dos alunos, de suas famílias e na construção do município de Japeri”, concluiu.
Alunos da Escola Municipal Bernardino de Melo, integrantes do grupo teatral Todos Nós, deram um show na recepção dos debatedores nos dois dias da Jornada Pedagógica de Japeri.

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