Brasileiros reprovam o governo de Dilma Rousseff

EM BAIXA - Indicadores negativos da presidente continuam subindo no Brasil, diz pesquisa Foto: Kena Betancur/France Press

EM BAIXA – Indicadores negativos da presidente continuam subindo no Brasil, diz pesquisa
Foto: Kena Betancur/France Press

O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) tem uma aprovação de apenas 9% dos brasileiros, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita em parceria com o Ibope e divulgada na manhã de ontem. O número é pior até mesmo do que o enfrentado pelos ex-presidentes José Sarney (1987) e Fernando Collor, em 1992.
“As maiores reduções da popularidade ocorrem nos estratos em que a presidente tende a ser melhor avaliada, ou seja, entre as pessoas com renda familiar baixa, os que residem na região Nordeste, os que possuem baixo grau de instrução e na faixa da população com 55 anos ou mais”, diz a pesquisa. Os demais indicadores sobre o desempenho do governo federal também apresentaram sensível piora, de acordo com o levantamento. Subiu de 76% para 82% o índice de brasileiros que consideram o segundo mandato de Dilma pior do que o primeiro, que foi de 2011 a 2014. Já o número daqueles que consideram o governo ruim ou péssimo aumentou de 64% para 68%.
Já a confiança da população em Dilma caiu de 24% para 20%, o que refletiu no recuo também daqueles que aprovam o jeito da presidente governar: caiu de 52% para 15% a aprovação.
A popularidade do governo está caindo mesmo entre as pessoas que declararam ter votado na presidente no segundo turno das eleições de 2014. Entre os eleitores da presidente Dilma, o percentual de pessoas que avaliam o governo como ruim ou péssimo subiu de 45% em março para 53% em junho.
“Dentre os que declararam terem votado em Aécio Neves no segundo turno, o percentual dos que consideram o governo como ruim ou péssimo subiu de 83% em março para 87% em junho”, informa a pesquisa.
Para os brasileiros, os maiores problemas do atual governo da petista são os impostos e a taxa de juros. Em ambos, 90% dos entrevistados citaram os temas como os que mais incomodam hoje. Segundo o gerente de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, as opiniões da população estão muito atreladas ao desempenho da economia brasileira. “O que percebemos é um quadro econômico e político ruim, o que aumenta a desaprovação do governo”, afirmou.
A pesquisa CNI-Ibope foi realizada entre os dias 18 e 21 de junho, com 2.002 pessoas em 141 municípios do País.
Michel Temer diz que não há crise institucional no Brasil

 

Vice-presidente do PMDB está confiante: “Não temos crise institucional e não vamos ter" Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Vice-presidente do PMDB está confiante: “Não temos crise institucional e não vamos ter”
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

No dia em que a pesquisa CNI/Ibope apontou um recorde de avaliação negativa do governo desde a redemocratização, o vice-presidente Michel Temer amenizou as dificuldades no cenário político e econômico e disse não haver crise no Brasil. Apesar da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que provoca preocupação no Palácio do Planalto, da rota de colisão do governo com o Congresso e dos problemas na economia, Temer viu apenas “pequenas dificuldades” no horizonte.
“Temos falado muito de crise, crise, crise. É como se nós tivéssemos no nosso gene, no nosso espírito, a necessidade de ter uma crise no Brasil a cada 25, 30 anos”, afirmou Temer, que é articulador político do governo e comanda o PMDB. Presidente em exercício desde a viagem de Dilma Rousseff aos Estados Unidos, ele disse que o Brasil vive um momento de “tranquilidade” e negou a existência de uma crise institucional.
“Nós podemos ter uma pequena dificuldade econômica, que se resolve pela atuação conjugada do Legislativo, do Executivo e do Judiciário. Nós podemos ter uma suposta crise política, em face de divergência de um ou outro partido no Congresso, às vezes até dos partidos da base, mas inteiramente controlável”, insistiu Temer, ao participar ontem da cerimônia de posse da deputada Luciana Santos na presidência do PC do B.
Com a declaração, feita um dia depois de o Senado aprovar projeto que reajustou os salários dos servidores do Judiciário, impondo mais uma derrota ao governo, Temer adotou o mesmo discurso de Dilma, avessa à palavra “crise”.
“Temos de ser capazes de romper com esse ciclo histórico no Brasil, que a cada 25, 30 anos cria uma espécie de crise”, argumentou o vice-presidente. “Nós estamos cumprindo a Constituição. Com (os governos) Lula e Dilma, todos nós elevamos para a classe média milhões e milhões de brasileiros”.
A ordem no Planalto é afastar a ideia de crise institucional, no rastro dos escândalos de corrupção. “Temos de combater com vigor essa palavra. Não temos crise institucional, que é a maior de todas as crises, de jeito nenhum. E não vamos ter”, destacou Temer.

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