Lutador queimadense busca seu primeiro cinturão de MMA

Junior Luiz sonha em realizar trabalho social com crianças e adolescentes carentes da Baixada

Um golpe certeiro na oportunidade: das periferias da Baixada para o sucesso nos ringues de todo o Brasil. Esse é o destino do lutador de MMA, Luiz Cesar da Silva Junior, o “Junior Luiz”, como é chamado no mundo do combate. Com apenas 25 anos, o atleta que é morador de Queimados já foi campeão estadual de Kickboxing e vai tentar no próximo dia 19 de novembro seu primeiro cinturão competindo pelasArtes Marciais Mistas, na categoria 66 kg. O duelo será contra André Negrito e válido pelo evento Gladiadores Fight, que acontecerá na quadra da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.

O gosto pela luta veio ainda na infância influenciado por um desenho animado da época. Começou a lutar Kickboxing, há 12 anos, até se profissionalizar em 2010 e decidir migrar para o MMA. Nesta modalidade, começou com duas derrotas quando integrava a equipe do CT Gringo Team de Belford Roxo. Os percalços iniciais, no entanto, não desanimaram o lutador que três anos mais tarde passou a integrar a equipe do ex-campeão do UFC Pedro Rizzo e de lá para cá não perdeu mais: são três vitórias consecutivas. Além disso, atua como sparring do José Aldo, ou seja, faz treinos de combate com o lutador na preparação dele para as suas lutas principais.

No sábado passado, Junior Luiz lutou contra o argentino Rodrigo El Topo, no desafio internacional válido pelo Buzios Fight Night e ganhou o confronto por decisão unânime dos árbitros. Em 2015, foi campeão na categoria 66 kg no WGP de KickBoxing. Mas a maior conquista foi a vitória na competição Shooto Brasil, que aconteceu no clube Hebraica, em Laranjeiras, há dois meses, quando venceu Pedro Wilson por nocaute em apenas 1 minuto e meio. A luta foi exibida ao vivo no canal combate para 21 países.

Junior acumula a função de lutador com a de professor. Dá aulas há seis anos em academias particulares de Queimados e Japeri, mas o grande sonho é trabalhar com projetos sociais para tirar crianças e adolescentes da ociosidade. Atualmente, tem cerca de 50 alunos entre homens e mulheres, a partir dos 10 anos de idade. “Vivo do esporte, tenho alunos campeões brasileiros, estaduais e de intermunicipais. Temos formado bastante campeões. A galera quer seguir o meu caminho, sou exemplo para eles, mas nem todos têm condições de pagar pelas aulas. Tem criança que quer só treinar e não quer ficar na rua” ressalta.

Preparação especial para cada combate

Outro desafio a ser encarado pelo lutador é a falta de patrocínio para treinar e também para manter a dieta, essencial para o sucesso de qualquer competidor. Só com alimentação gasta em média R$ 2 mil a cada ciclo de preparação para o combate. Tem ainda o custo de passagem, já que os treinos são na Refinaria de Manguinhos, de segunda a sábado. Lá, ele aprende técnicas de Luta Olímpica, KickBoxing e Jiu Jitsu. “Desenvolvo fora vigor e aptidão física, capacidade de derrubar e não cair, socos, chutes, joelhadas, técnicas e defesas de finalizações”, explica.

O maior sonho do lutador é um dia competir pelo UFC, principal competição de MMA do mundo. Exemplos para isso ele tem no que considera sua segunda casa, a equipe Rizzo RVT, comandada pelo ex-campeão do UFC, Pedro Rizzo, apelidado de “The Rock” (“A Rocha” em inglês) enquanto competia. “Estou numa das melhores equipes do mundo. Preciso somar mais número de lutas e vitórias. Quero mais invencibilidade para conseguir chegar mais rápido ao UFC. Acredito cada vez mais nisso, porque treino com Pedro Rizzo e José Aldo, dois grandes exemplos de superação. Estou no caminho”, concluiu.

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