Belford Roxo promove seminário para debater projeto

(Foto: Rafael Barreto/ PMBR/Divulgação)
Professora Daniele Viana destacou a importância do projeto Tecendo para Transformação na alfabetização dos alunos

A Secretaria de Educação de Belford Roxo promoveu o seminário “Tecendo para Transformação, que contou com a participação de cerca de 50 pessoas, entre professoras e diretoras. Durante o encontro, a orientadora pedagógica Fernanda Capilluppi e a orientadora educacional Charlyne Souza Cruz explicaram, em linhas gerais, os resultados obtidos pela Escola Municipal Álvaro Lisboa Braga, que conseguiu reduzir o analfabetismo, principalmente nas turmas de terceiro ano, com o Tecendo para Transformar. De acordo com a Secretaria de Educação, o projeto será implantado no próximo bimestre em 12 escolas municipais.

A chefe de Supervisão Escolar da Secretaria Municipal de Educação, Daniela Pereira, destacou que o Tecendo para Transformação é um projeto original que faz um trabalho de acompanhamento de forma geral, fazendo com que todos os alunos e professores interajam.  “No próximo dia 12 teremos um encontro com professoras e diretoras das 11 escolas que entrarão no projeto para apresentarmos o caderno pedagógico do Tecendo para Transformação”, concluiu.

As primeiras 11 escolas que irão entrar no projeto são: Julio Cesar Andrade, Maria das Dores Fujji da Silva, Padre Ramon, Santa Cruz, Simone de Beuavoir, Priscila Bouças Villanova, Ministro Gustavo Capanema, Condessa Infante, Ernesto Pinheiro Barcelos, Jorge Ayres de Lima e Heliópolis.

Charlyne Souza Cruz e Fernanda Capilluppi, criadoras do Tecendo para Transformação, se colocaram à disposição dos professores e diretores que quiserem conhecer o projeto na Escola Municipal Álvaro Lisboa Braga, em Heliópolis, às terças, quartas e quintas-feiras. “Estamos prontas para ajudar no que for necessário”, resumiram, destacando que no início do ano detectaram que de 52 alunos do terceiro ano do ensino fundamenta, da Álvaro Lisboa Braga, 16 eram iletrados. Atualmente, apenas um não avançou no ensino e seu caso está sendo analisado.

O projeto dispõe de relatórios que são debatidos com os professores visando melhorar o aprendizado. Além disso, as provas são elaboradas baseadas no caderno de atividades do projeto. “Estamos começando a estender o projeto para outros anos de escolaridade”, finalizou Charlyne Souza Cruz.

Diretora da Escola Municipal Príscila Bouças Villanova, no bairro Castelar, Andréa Leite avaliou o projeto como uma oportunidade de os alunos se alfabetizarem e avançarem com mais segurança nas séries. “Temos 189 alunos e acredito que muitos deles não sabem nem assinar o nome. Estou me referindo a estudantes do segundo e terceiro anos. Os professores gostaram do projeto e esperamos colher bons resultados”, encerrou.

 

Professores vivenciam evolução dos alunos

 

Professora do primeiro ano da Álvaro Lisboa Braga, Daniele Viana, frisou que muitos alunos chegam já com idade avançada para a série que irão cursar. Ela argumentou que com o Tecendo para Transformação, mais da metade da sua turma foi alfabetizada. “Eles (alunos) vivenciam o aprendizado e ficam eufóricos. Passo ditado e muitos acertam até palavras com acento”, vibrou a professora, ao lado da colega Elizabete Costa, que também se entusiasmou com o projeto. “Estou muito satisfeita com os resultados e vejo o brilho nos olhos de cada um deles”, completou.

Ao assumir uma turma com 24 alunos do terceiro ano no início do ano na Escola Álvaro Lisboa Braga,  o professor Pablo Heitor de Almeida percebeu que 18 deles eram iletrados. Com o Tecendo para Transformação, ele se “reinventou”. Para enfrentar o desafio, o professor criou um jogo silábico em cartelas de papelão para que os alunos pudessem montar palavras. “O projeto ajudou a dinamizar mais as aulas, pois os jogos despertam mais a atenção do aluno do que o simples fato de copiar o dever do quadro. Durante a aula eles interagem e tornam o aprendizado mais atraente. Os alunos vibram com cada descoberta, inclusive quando aprendem a escrever o nome todo”, arrematou Pablo.

Outra integrante do projeto, a professora Aline Xavier nunca havia trabalhado com alfabetização, mas aceitou o desafio. Animada, ela elaborou exercícios práticos utilizando jogos. O caça-palavras montado com tampas de refrigerantes é um sucesso entre os alunos. “É um trabalho lento e gradual, mas que rende resultados surpreendentes”, contou a professora, que criou também o boliche do alfabeto, que é feito com garrafas pet. No jogo, o aluno derruba uma garrafa com determinada letra e depois diz uma palavra que comece com a tal letra.

error: Conteúdo protegido !!