Até o início da noite de ontem PF contou R$ 22,5 milhões de Gedel

Ex-ministro foi preso, depois solto pela Justiça e não usa tornozeleira eletrônica
Walter Campanato / Agência Brasil

A Polícia Federal contou até às 18h de ontem, R$ 22,5 milhões que estavam em malas e caixas de papelão em um apartamento em Salvador, que seria o “bunker” do ex-ministro (Governo Michel Temer) Geddel Vieira Lima. Foi graças a uma pessoa que resolveu ligar para a PF que os investigadores descobriram o apartamento onde Geddel guardava a montanha de dinheiro vivo. A operação foi batizada de Tesouro Perdido.
É tanto dinheiro apreendido que as malas foram encaminhadas diretamente para um banco, logo após a operação. Sete máquinas trabalharam sem parar desde o achado para contar o dinheiro.
Ao autorizar a operação, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira afirmou que Geddel ‘estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos (fumus boni iuris), o que, em face das circunstâncias que envolvem os fatos investigados (vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes públicos influentes e poderosos), precisa ser apurado com urgência’.
Geddel está em prisão domiciliar sem tornozeleira eletrônica. O ex-ministro foi preso em 3 de julho e mandado para casa em 12 de julho.
Em depoimento à Procuradoria da República em Brasília, o operador Lúcio Funaro disse ter entregue ‘malas ou sacolas de dinheiro’ ao ex-ministro. Ele declarou ter feito ‘várias viagens em seu avião ou em voos fretados, para entregar malas de dinheiro para Geddel Vieira Lima’.
“Essas entregas eram feitas na sala VIP do hangar Aerostar, localizada no aeroporto de Salvador/BA, diretamente nas mãos de Geddel”, declarou Funaro.
Em agosto, Geddel se tornou réu por obstrução de Justiça. O ex-ministro teria atuado para evitar a delação premiada do corretor Lúcio Funaro, que poderia implicá-lo em crimes de corrupção na Caixa Econômica Federal.
>> Recorde – A grana apreendida pela PF no suposto ‘bunker’ de Geddel já é a maior apreensão da história. Em 2011, uma operação da Polícia Federal anunciou um recorde de R$ 12 milhões apreendidos, sendo R$ 7 milhões em real e o resto em dólar.
O lavador de dinheiro profissional Alberto Youssef, preso na Lava Jato, foi pego com R$ 5 milhões no início da operação, dentro de um cofre.

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