Caxias: protesto em frente à Câmara marca dois meses de greve dos servidores

Manifestação na entrada do Poder Legislativo pediu até a cabeça do prefeito Washington Reis

Após dois meses de greve, completados ontem (11), os servidores municipais de Duque de Caxias participaram de uma manifestação em frente à Câmara dos Vereadores. Durante o ato, um grupo de representantes dos servidores foi recebido pelos vereadores Beto Gabriel e Zezinho do Mineirão. Os manifestantes exigiram a marcação de uma audiência pública na Câmara e com o prefeito Washington Reis, além da constituição de uma comissão de vereadores para levar a pauta de reivindicações à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). “Não é possível que esta casa de representação do povo fique alheia ao que está acontecendo nas unidades de Saúde de Caxias. Além dos salários atrasados, as condições de trabalho são inadequadas. O prefeito é o verdadeiro responsável pelas mortes que estão ocorrendo nos hospitais daqui”, protestou o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Jorge Darze.
A Prefeitura de Duque de Caxias realizou altos descontos nos salários dos servidores municipais que estão em greve desde o dia 10 de julho, devido aos atrasos salariais e à falta de um calendário de pagamento. O governo chegou a realizar descontos de mais de 60%, justificados como “Faltas/Paralisação”. A Fenam entende que descontar salários em virtude da greve é uma arbitrariedade, já que o poder público não recorreu ao judiciário sobre o movimento e não teve nenhuma decisão que considere-o abusivo. De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), é legal toda paralisação em decorrência do não pagamento de salários pelo poder público, portanto, a Federação está recorrendo ao judiciário.
Ontem, ocorreu ainda a paralisação total de 24 horas nos serviços das unidades de saúde que não atendem Urgência e Emergência. Os médicos chegaram a protocolar, no Cremerj, uma denúncia contra o secretário de Saúde, José Carlos Oliveira, devido a ordem de aumento de carga horária e assédio moral durante o movimento paredista.
Ana Paula, mãe de Caíque de seis anos, portador de Deficit Cognitivo e Epilepsia, apoiou o movimento. “As clínicas são lotadas e o atendimento é precário. Saúde não é um favor, é um direito nosso”.
Os médicos e a Fenam se reuniram ontem no auditório do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). Já o Sindicato dos Servidores Municipais de Duque de Caxias tem um encontro marcado na próxima sexta-feira (15), às 9 horas, na sede do Siticommm, em Caxias.

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