“Chega, ninguém aguenta mais tanto roubo”, disse Geddel

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

*Luiz Flávio Gomes

Nas manifestações pelo impeachment de Dilma (16/8/15, em Salvador, BA), a frase completa do larápio Geddel foi a seguinte: “Chega, ninguém aguenta mais tanto roubo. Isso já deixou de ser corrupção. É roubo, assalto aos cofres públicos para enriquecer os petistas”. “Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada” (Oscar Wilde).
Nas cleptocracias (governo de ladrões; no nosso caso, ladrões do mundo empresarial e político), enquanto não for rompido o “sistema” corrupto, os governos ladravazes vão se sucedendo eternamente, seja de esquerda, de centro ou de direita.
Nas malas encontradas num “bunker” que seria de Geddel (como diz a PF), mais de R$ 51 milhões de reais foram apreendidos. Um “Tesouro Perdido”. A maior apreensão de dinheiro da nossa História.
Nos países governados por ladrões só existem dois tipos de pessoas: as que roubam e as que pagam a conta. Se você não é um dos ladrões do dinheiro público, você está pagando a conta. O peemedebista Geddel, da quadrilha do Temer (como diz a PGR), foi vice-presidente da Caixa no primeiro governo Dilma e ministro da Integração Nacional na gestão Lula.
Pediu exoneração da secretaria da Presidência Temer quando tentou usar o cargo para a satisfação de interesses privados (regularização indevida de um apartamento em Salvador).
Gilmar Mendes, na ocasião, afirmou: “Parece que as coisas estão sendo magnificadas (…) É uma coisa inusitada, absolutamente despropositada, que um ministro, ainda mais para um profissional do Itamaraty, tenha esse tipo de conduta [gravação de Geddel]. Temos crises maiores do que esse episódio relativo a um flat em uma longínqua praia da Bahia”.
Geddel, há mais de 25 anos envolvido em escândalos públicos, conta com longa carreira no grupo dos que surrupiam a população brasileira. E ainda teria praticado o crime de obstrução de Justiça, colaborando para que Lúcio Funaro e Cunha não fizessem delação (contra a quadrilha que está no poder).
Ambos receberam dinheiro de Joesley (JBS-Friboi) para isso. Temer, ao ser recordado de todos esses fatos, disse (naquele áudio do dia 7/3/17): “Mantenha isso aí, viu”.
Enquanto o império da lei (a certeza do castigo e o empobrecimento dos larápios corruptos) não valer para todos, não colocaremos fim à cleptocracia brasileira. Repressão e educação são as armas com as quais devemos combater a corrupção.

*Luiz Flávio Gomes é Doutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri (2001) e Mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da USP (1989). Criador do Movimento Quero um Brasil Ético. Jurista e professor em vários cursos de pós-graduação nacionais e internacionais, entre eles a Facultad de Derecho de la Universidad Austral, Buenos Aires (Argentina), já tendo publicado mais de 57 livros na área jurídica.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine nosso boletim informativo.

Publicidades

error: Conteúdo protegido!