Polícia identifica oito traficantes que aparecem em imagens na Rocinha

Clima continua tenso na Favela da Rocinha. Mais de 50 criminosos aparecem em vídeo andando em fila por becos da comunidade

A Polícia Civil do Rio informou ontem que já identificou oito suspeitos que aparecem em um grupo de mais de 50 criminosos que aparecem em imagens gravadas na última segunda-feira, na Rocinha, na Zona Sul do Rio. No vídeo, o grupo de mais de 50 traficantes passa por um dos becos da comunidade em fila. Delegado titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, descarta que a invasão de domingo tenha contado com a participação de criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC), principal facção paulista.
Ontem foi mais um dia de tensão na comunidade. Batalhões do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro realizam operações em diferentes favelas da capital. Entre elas está a Rocinha, onde grupos disputam o controle do tráfico de drogas desde o fim de semana.
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) atuam na Rocinha e no Vidigal, favelas vizinhas que ficam entre os bairros de São Conrado, do Leblon e da Gávea, na zona sul do Rio. Na operação de ontem, três pessoas foram presas e duas granadas foram apreendidas na Rocinha. Segundo a PM, um suspeito foi morto. Ele chegou a ser conduzido com vida para o Hospital Miguel Couto, mas não resistiu aos ferimentos. Também há registro de que três moradores se feriram no tiroteio e precisaram ser encaminhados aos hospitais Miguel Couto e Lourenço Jorge. A PM encontrou ainda dois corpos carbonizados, que foram recolhidos pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
Além da Rocinha e do Vidigal, a PM atuou em mais quatro favelas ontem de manhã. O Batalhão de Operação com Cães (BAC) esteve à frente da operação nos morros Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme, onde já foi apreendido um fuzil, uma pistola e uma mochila contendo drogas ilícitas.
Segundo a polícia, um suspeito foi ferido em confronto e levado ao Hospital Municipal Miguel Couto. O Batalhão de Choque atua na terceira frente, nas comunidades de São Carlos, na região central do Rio, e no Morro dos Macacos, na zona norte. Segundo a polícia, as operações nessas localidades são desdobramentos da ação de segunda-feira. O risco de confronto levou a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro a suspender as atividades em 12 escolas, seis creches e um espaço de desenvolvimento infantil, deixando mais de 6 mil alunos sem aulas.
Após intensos confrontos da Rocinha desde domingo, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, falha na operação para conter a invasão dos traficantes, mas minimizou o fato. “Cobrei do comandante-geral o que pode ter acontecido porque já havia notícias do setor de Inteligência dessa inquietação, dessa instabilidade, com o possível racha dessa facção, como ocorreu. Houve um reforço, mas ele me confirmou que esse reforço, ou foi insuficiente, ou houve uma falha na operacionalização. Se não foi possível evitar a invasão, houve equívoco. A busca agora é para que moradores voltem a ter paz”, destacou.

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