Mais de 4 mil estudantes estão sem aulas no Rio por causa da violência

Militares continuam na favela da Rocinha para combater confrontos entre facções de traficantes de drogas
Fotos: Fernando Frazão/Agência Brasil

As seis escolas municipais, duas creches e o Espaço de Desenvolvimento Infantil da Rocinha não abriram mais uma vez durante o dia de ontem. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 4,2 mil estudantes estão sem aulas por causa da proximidade das escolas com situações de risco, mais de 3 mil deles na Rocinha. A Rocinha recebe operações policiais desde segunda-feira da semana passada, após o confronto entre grupos criminosos ter desencadeado tiroteios no dia 17 de setembro. Desde a última sexta (22), as Forças Armadas atuam no entorno da comunidade.
Desde o início dos confrontos na comunidade, as oito escolas públicas da Rocinha só abriram na quarta-feira da semana passada. Colégios particulares localizados nas proximidades, como o Colégio Teresiano e a Escola Parque, também suspenderam as aulas. Também há escolas e creches fechadas em outras comunidades do Rio de Janeiro. No Vidigal, uma escola foi fechada e, no Borel, dois Espaços de Desenvolvimento Infantil não abriram ontem. No Juramento, onde policiais do 41º Batalhão realizam uma operação contra o roubo de cargas, uma creche foi fechada, assim como na Mineira e no Morro do Urubu.

 

Em dez dias, Disque-Denúncia recebeu mais de 280 contatos

 

Até as 12h de ontem, 284 pessoas procuraram o Disque-Denúncia para apresentar informações sobre criminosos na comunidade da Rocinha, segundo a assessoria de imprensa da central de atendimento especializado não-governamental. As denúncias começaram a chegar em 16 de setembro, um dia antes do confronto entre grupos criminosos que causou uma série de tiroteios na comunidade. Além do telefone fixo (21) 2253-1177 e do whatsapp (21) 98849-6099, a assessoria de imprensa do órgão divulgou que muitas denúncias chegaram também pelo aplicativo do Disque-Denúncia, disponível para os celulares Android, na Google Play. Somente na manhã de ontem, 20 denúncias foram feitas. O dia em que o serviço recebeu mais contatos foi ontem, com 83 denúncias apenas sobre a Rocinha. No fim de semana, o Disque-Denúncia aumentou de R$ 30 mil para R$ 50 mil a recompensa por informações que levem à prisão do suspeito de chefiar o tráfico na região, o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão temporária dele na última quinta-feira, e o traficante é considerado foragido. Ainda na manhã de ontem, um helicóptero das forças de segurança lançou panfletos sobre a comunidade. O material de divulgação continha os números do Disque-Denúncia e um apelo para que os moradores denunciem. “Ajude o Rio de Janeiro. Denuncie crimes e atividades suspeitas”, diz um dos panfletos.

 

Agência Brasil

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