Empresas criam pontos de ônibus clandestinos no distrito de Xerém

Ônibus de três empresas transformaram em ponto final diferentes trechos da Avenida Venância, causando transtornos aos moradores

Moradores da Avenida Venância, no distrito de Xerém, em Duque de Caxias, não sabem o que é uma boa noite de sono há pelo menos um mês. Isso porque a porta de casa foi transformada em ponto final de ônibus por três empresas. Motoristas da Trel, União e Flores estacionam os coletivos ao longo da avenida, causando transtornos à população. Enquanto isso, um terminal rodoviário construído há seis anos é utilizado como estacionamento de carros.
Em um trecho da Avenida Venância, onde ficam os ônibus da União, há sinalização no asfalto e até placa informando que o local tem cinco vagas reservadas para os coletivos da empresa. Os comerciantes estão divididos. Se por um lado o barulho dos motores ligados incomoda e dificulta o atendimento aos clientes, por outro lado a presença dos ônibus também atrai mais consumidores.
No entanto, em outro trecho da avenida, este basicamente composto por imóveis residenciais, não há quem esteja satisfeito. Moradores dizem que são acordados em plena madrugada com o barulho dos ônibus. Segundo eles, o muro de uma casa foi derrubado durante a manobra. Tem gente que não consegue entrar e sair de casa, pois os motoristas estacionam até mesmo nos portões de garagem.

Terminal também é irregular

O terminal rodoviário de Xerém têm sido utilizado como estacionamento de carros
Reprodução/TV Globo

Órgãos ligados à Prefeitura de Duque de Caxias estiveram, na manhã de ontem, no distrito de Xerém, notificando as empresas de ônibus para que as mesmas voltem a utilizar o terminal rodoviário instalado na localidade no prazo de até 24 horas, sob pena de multas e sanções, evitando transtornos no trânsito e perturbação para os moradores da região.
No entanto o problema não deverá ser resolvido tão facilmente. Acontece que a antiga administração da Prefeitura possuía convênio com o Governo do Estado para a construção do terminal rodoviário. Ao receber as denúncias dos moradores sobre os pontos de ônibus irregulares a atual gestão municipal enviou ofício à Coderte – Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro, para pedir cópia dos contratos, que teriam desaparecido durante a transição de governo.
Porém, a Prefeitura foi informada que o convênio foi encerrado em 2011 e que o terreno onde o terminal foi construído é irregular e não há documentação. Mesmo assim a Prefeitura decidiu determinar que as empresas de ônibus passem a utilizar o terminal. A Coderte, por sua vez, promete entrar na Justiça.

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