
Moradores da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, reagem à saída das equipes das Forças Armadas que há uma semana ocupavam a comunidade. Os militares começaram a sair do local na madrugada desta sexta-feira (29). Em redes sociais, muitos criticam a medida e temem que a violência volte a explodir na favela.
“Acabou a paz!”.
“E volta a gente com insegurança”.
“Só Jesus na causa. Que Deus nos proteja”.
“Vai voltar a agonia e tristeza nesse lugar…”.
“Vixe!!!! Então já vi que esse fim de semana a paz passa longe”
“Meu Deus, vai começa tudo de novo. Essa querra”.
Alguns associaram a presença da Forças Armadas à realização do Rock in Rio. Para eles, a ideia seria reforçar a segurança enquanto o festival de música acontecia.
“Só colocaram o Exército na Rocinha pra não atrapalhar o Rock in Rio! Esses governantes fazem de tudo pra lucrar!”.
“Não me espanta. Como eu disse não passava de maquiagem, engraçado logo após o encerramento do Rock in Rio”.
“Fecha a cortina q o espetáculo acabou”.
Ao anunciar a saída das tropas federais da Rocinha, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o objetivo da ação dos militares na favela era “acabar com a guerra que levava terror aos moradores”, e não a prisão dos bandidos. Segundo ele, essa função cabe à polícia.
Jungmann afirmou ainda que está satisfeito com a atuação dos militares, e disse que as Forças Armadas podem entrar em outras favelas da cidade, sem antecipar quais. Ele afirmu também que tem como deslocar as tropas para qualquer ponto da cidade, em caso de necessidade.
Em nota, a secretaria de Segurança afirma que respeita e agradece a colaboração das Forças Armadas.
“A Secretaria de Estado de Segurança (SESEG) respeita e agradece a colaboração das Forças Armadas. A Polícia Militar estará reforçando o policiamento com as unidades especiais, o batalhão local e a Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha”, diz a nota.
Uma semana de ocupação após guerra do tráfico
Desde a sexta-feira passada os homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica dão apoio às ações da polícia na Rocinha. O pedido de ajuda foi feito na própria sexta-feira pelo governador Luiz Fernando Pezão, após um acirramento da disputa pelos pontos de drogas da comunidade, que se arrasta desde o dia 17 de setembro.
A guerra na Rocinha começou depois que o traficante Nem da Rocinha, que está preso em Rondônia, ordenou a expulsão de Rogério 157 da comunidade. Traficantes ligados a Nem invadiram a comunidade e Rogério 157 fugiu para a mata, junto com seus comparsas. Ele também mudou de facção.
Desde então a polícia busca o traficante e já identificou 59 pessoas envolvidas na guerra da comunidade.