Taxistas querem legalização do Uber

O taxista Roberto Carvalho explica que não é contra o Uber, mas que deseja uma concorrência mais igual

A crise econômica pela qual o país atravessa, também está refletindo no mercado de trabalho dos taxistas, pelo menos em Nova Iguaçu. A clientela está ficando cada vez mais escassa e a situação se agrava ainda mais com a quantidade de Uber, que pode ser três vezes mais numerosa do que a frota de táxi da cidade.
A situação ficou tão dramática que a categoria está oferecendo descontos de 10% a 20% no valor da ‘corrida’, combatendo a cobrança pelo volume ou bagagem que o cliente leva na mala do táxi, pedindo a conscientização dos colegas, para oferecer descontos, não cobrar acima da tabela e apelando ao governo para legalizar o Uber.
De acordo com o taxista Roberto Carvalho, 46 anos, o desconto no valor dos serviços prestados ao cliente, ajuda a atrair a clientela, que está trocando o táxi pelo Uber e o moto táxi. “Quase todos os taxistas estão oferecendo descontos. A praça (o mercado de trabalho do taxista) está muito difícil e competitivo. Tenho um cliente que cobro R$ 90,00 para levá-lo até o centro do Rio, enquanto o valor da tabela é R$ 130,00. Tem colega que trabalha para fazer corrida. Eu trabalho para fazer cliente. Pois assim eu tenho cliente todos os dias. E de pouco em pouco eu faço o meu dia ficar melhor”, revela Roberto.
Ele também opina sobre a ‘bandeirada’ de R$ 5.80 (que é aquele valor que o taxista cobra para sair do ponto com o cliente), e a ‘Bandeira 2’ (que é 10% acima do valor da bandeirada). Esta vale todos os dias, a partir das 21h, até as 6h da manhã. Já no final de semana a Bandeira 2 vale o dia todo, de sábado a domingo até 6h. “O taxista pode criar critério que baixe o custo, para manter a clientela, tornando assim o serviço mais competitivo”, sugere Roberto.
395 táxis para mil Uber
Na opinião de outro colega dele, não identificado, existem taxistas que, além de não oferecerem desconto pelo serviço, cobram acima do valor da tabela pela ‘corrida’, e também pela bagagem que o cliente leva na mala do táxi. “O taxista precisa manter a clientela, tornando assim o serviço mais competitivo”, sugere. “Já temos a concorrência do Uber e, por isso, precisamos agir com criatividade”, interfere Roberto. Segundo muitos dos taxistas, há aproximadamente mil veículos circulando com o aplicativo do Uber na cidade, enquanto a frota de taxi chega a 395 carros distribuídos em 10 pontos. “Nós não somos contra eles (o Uber), como muita gente pensa. Nós queremos que o serviço deles seja legalizado pela prefeitura, para que o trabalho seja organizado”, comenta.
Para alguns taxistas, os Uber fazem pontos em vários locais irregulares, obstruindo o trânsito. Eles citam as ruas próximas aos shoppings da cidade, além de outras no centro, como Otávio Tarquino, Coronel Francisco Soares, Travessa Almerinda Lucas, Via Light e Cidade da Moda, na Via Dutra. “A gente identifica por causa do pisca alerta ligado, e a maioria é de fora de Nova Iguaçu”, comenta Roberto.

 

por Davi de castro (davi.castro@jornalhoje.inf.br)

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