Rogério 157 dá ordens na Rocinha por telefone

Faixas foram espalhadas por vários pontos da favela

Procurado pela polícia e com uma recompensa de R$ 50 mil oferecida pelo Disque-Denúncia (2253-1177) por informações que levem até sua prisão, o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, tem usado o telefone para transmitir ordens para sua quadrilha, na Rocinha, Zona Sul do Rio. A revelação é feita por moradores da comunidade.

As ordens são repassadas para um homem de confiança que é encarregado de avisar o bando e, em alguns casos, até os próprios moradores da comunidade.

“A gente não tem visto ele (Rogério) aqui, mas sabe que tem gente transmitindo as ordens dele. Assim que o Exército foi embora tudo voltou a ser como era. A partir das 17h, os traficantes armados de pistolas montam as bocas de fumo na Rua Dois e no Valão. Nestes dois locais, existem pichações com nome dele e de uma facção criminosa”, disse um morador que pediu para não ser identificado

A polícia trabalha com a hipótese de que, pelo menos durante o dia, Rogério fique fora da Rocinha. O bandido tem pelo menos quatro mandados de prisão expedidos em seu nome pelo Tribunal de Justiça do Rio.

Uma das ordens de 157 foi a de baixar o preço do gás na comunidade, passando de R$ 91,80 para R$ 75. A determinação foi escrita em faixas, que foram amarradas em pelo menos dois pontos da Rocinha. Num dos trechos da mensagens, o bando diz que o valor antigo era cobrado por determinação de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha.

Homens da quadrilha de Nem, que está preso em um presídio federal, em Rondônia, e bandidos ligados a Rogério 157, disputam o controle do tráfico na Rocinha, desde o último dia 17. Por conta da guerra, no último dia 22 de setembro, 950 homens do Exército, Marinha e Aeronáutica entraram na Rocinha para ajudar a polícia no patrulhamento da comunidade.

No dia 28, militares da Marinha resgataram dois adolescentes que estavam sendo torturados, supostamente por homens ligados ao traficante Nem. Na mesma noite, bandidos atacaram PMs e um traficante morreu.

Já no dia 29, os militares deixaram a fevala após uma semana na Rocinha. Neste domingo, houve novo tiroteio na comunidade. Bandidos e PMs trocaram tiros na altura da Rua Um. Ninguém ficou ferido.

Apesar do tiroteio , estabelecimentos comerciais como drogarias, sorveterias, bares e lojas de sucos funcionaram normalmente no domingo, na Rocinha. Procurada pelo Extra, A PM informou que mais de 500 policiais patrulham a comunidade em 15 pontos de cerco e 14 locais de contenção no interior da comunidade, além do patrulhamento das tropas especiais (Bope e Batalhão de Choque).

 

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