
Tânia Rêgo / ABr
Ontem (2), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão prestou depoimento na sede da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral. Além de Pezão, prestou depoimento também o ex-secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame.
Ao sair do depoimento, o governador opinou sobre a condenação do seu antecessor, e classificou a pena dada a Cabral como “excessiva”. O ex-governador responde a 14 inquéritos pelo crime de corrupção, e já foi condenado em dois deles. A soma das penas chega a um total de 59 anos e 4 meses. Pezão comentou também que acredita que Cabral irá conseguir reduzir as penas após recorrer às instâncias superioras.
“Acho que ele [Cabral] tem que se defender, mas achei [a pena] excessiva. Acho que em instâncias superiores ele vai conseguir a diminuição”, comentou o governador.
Durante o depoimento prestado ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Criminal, o governador disse se considerar amigo íntimo de Sérgio Cabral, e negou que tenha feito o favorecimento de empresas durante a gestão do ex-governador. “Todos editais eram públicos e a licitação tinha ampla divulgação”, reforçou Luiz Fernando Pezão.
Em determinado momento do depoimento, Bretas questionou Pezão sobre as acusações feitas por uma empreiteira que afirmava existir uma formação de cartel nas obras do governo do estado. Em sua defesa, o governador afirmou que, apesar de, na época ocupar o cargo de secretário de Obras, Pezão disse que quem analisava os recursos eram funcionários da pasta.
“Eu só assinava no final. O órgão que cuidava das licitações era subordinado ao subsecretário Hudson Braga. “[Tinha] Confiança plena nas pessoas e nos técnicos que estavam ali embaixo [hierarquicamente]. Hudson e outros três, quatro subsecretários, todos subordinados a mim. Um mais ligado à infraestrutura, outro a saneamento, outra a habitação”, explicou, acrescentando: “Eu atuava mais como coordenador, fazendo a ligação com Brasília. Vencendo as burocracias, junto da ex-presidente Dilma, à época na Casa Civil, para tocar as obras”.