
Marcelo Camargo / ABr
O juiz federal Sérgio Moro foi homenageado ontem (2), pela Universidade Notre Dame, com a mesma honraria recebida por madre Teresa de Calcutá. Segundo a instituição americana, o Prêmio Notre Dame é ‘entregue periodicamente para homens e mulheres cuja vida e obras demonstra, dedicação exemplar aos ideais pela qual a Universidade preza’ desde 1992. O evento aconteceu no Hotel Fasano, em São Paulo.
Moro é o magistrado símbolo da Operação Lava Jato. Há mais de três anos e meio, o juiz da 13ª Vara Federal, de Curitiba, autoriza os avanços da maior investigação contra a corrupção já aberta no País.
A universidade definiu Sérgio Moro como alguém ‘comprometido em nada mais que a preservação da integridade de sua nação através de sua aplicação firme e imparcial da lei’.
“Ao abordar os problemas perniciosos da corrupção pública de forma judiciosa, porém diligente, o Dr. Moro fez uma acentuada diferença para todos os brasileiros, e para a humanidade em geral, no que se refere a nossa sede universal de Justiça. A Universidade também reconhece e elogia o serviço público do Dr. Moro como o “juiz dos velhinhos”, cujas decisões refletiram empatia e compreensão aos idosos”, afirma a Notre Dame.
Além de madre Teresa de Calcutá, já foram premiados os humanitários Jimmy e Rosalyn Carter, dos Estados Unidos, o historiados e ativista Andrea Riccardi, da Itália, e o membro parlamentar Helen Suzman, da África do Sul.
“Os homenageados previamente com o Prêmio Notre Dame, cada um à sua maneira, atuaram como pilares de consciência e integridade, suas ações beneficiando seus compatriotas e, através de seus exemplos, o mundo inteiro, quando se comprometeram com a fé, a justiça, a paz, a verdade e a solidariedade com os mais vulneráveis”, informa a Universidade. (AE)
“Julgar grandes traficantes
de drogas ‘dá menos trabalho’
O juiz federal afirmou durante o almoço em que foi homenageado pela universidade americana Notre Dame, que julgar grandes traficantes de drogas ‘dá menos trabalho’ que julgar os réus da Operação Lava Jato – empreiteiros e políticos poderosos, condenados por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. “Eu até falei brincando outro dia, que a gente estava ‘doido’ para voltar a julgar grandes traficantes de drogas. Dá menos trabalho.”
Moro disse que em Curitiba, base e origem da grande investigação, a Lava Jato ‘está indo para o final’. Sob sua alçada estão os réus da Lava Jato sem foro privilegiado.
O juiz admitiu que está ‘cansado’ de conduzir tantas ações da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, de sua titularidade. Mas afirmou que não pretende parar. “É verdade que estou cansado. Tem sido um trabalho duro, mas não há nenhuma previsão concreta de eu deixar a 13ª Vara.”
>> Não é candidato – Sérgio Moro também descartou, novamente, que tenha alguma pretensão política. Ele afastou taxativamente a possibilidade de abandonar a toga para disputar a Presidência ou qualquer outro cargo eletivo em 2018.
“Eu já fiz afirmações categóricas sobre isso”, rechaçou o juiz da Operação Lava Jato. “Não existe nenhuma expectativa. Acho que pesquisa que inclui meu nome, no fundo perde tempo.”
Após a solenidade, o juiz falou sobre a pesquisa DataFolha que o aponta como nome importante na disputa à Presidência no próximo ano – Moro empata com o ex-presidente Lula na preferência do eleitorado. “Não vai acontecer”, disse Moro. “É simples assim. Não tem nenhuma expectativa de que isso aconteça. No momento eu tenho uma carreira profissional na magistratura. E pretendo persistir nessa carreira.”
MPF: novo chefe em Alagoas
é ‘linha dura’
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu posse ao procurador da República Marcial Duarte Coêlho como procurador-chefe do Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL), em solenidade na Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, na tarde de ontem. O procurador teve atuação de destaque, em Alagoas, obtendo a cassação de dois deputados estadual por crimes eleitorais. Mas lembra que o cargo é administrativo, e que não implica em interferência na atuação dos demais procuradores.
Além de Marcial Coêlho, a chefe do MPF empossou os procuradores Regionais Eleitorais, entre eles a procuradora da República Raquel Teixeira, confirmada para a função de procuradora Regional Eleitoral em Alagoas. Dodge também empossou todos os demais procuradores-chefes das unidades do MPF, todos eleitos no último mês de setembro.
Eleito em chapa única para o próximo biênio administrativo, Marcial Coêlho troca de comando no MPF em Alagoas com a procuradora da República Roberta Lima Barbosa Bomfim, que assume a substituição da chefia, assim como o procurador Gino Sérvio Lôbo. O novo procurador-chefe já estava no exercício da função desde maio, quando Roberta Bomfim tirou licença maternidade. Mas, mesmo reconhecendo a confiança dos colegas que o aclamaram, enviou “Carta de Planejamento e de Política de Atuação” a todos os membros, servidores e estagiários da Procuradoria da República em Alagoas e no Município de Arapiraca, as duas unidades administrativas do MPF no Estado de Alagoas.