Paes será o candidato do PMDB ao governo do estado

Presidente da Alerj, Jorge Picciani também criticou ação do governo na Rocinha através das Forças Armadas
Tânia Rêgo / Agência Brasil

Na manhã de ontem (4), o presidente da Alerj, Jorge Pìcciani, reafirmou que o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes, será o candidato do PMDB ao governo do estado. Em entrevista à Rádio CBN, Picciani criticou ainda a abordagem da Secretaria de Segurança, e classificou como tardia as ações do governo durante a invasão da Rocinha por um grupo de criminosos no mês passado.
Em entrevista à Veja publicada na noite de terça-feira (3), Picciani já havia afirmado que Paes iria disputar o governo do Rio pelo PMDB.
Sobre as intenções do partido em continuar no comando do governo estadual, Picciani disse à CBN que o ex-prefeito é o melhor nome disponível para o partido, e que o próprio Eduardo Paes já se colocou à disposição da legenda para a disputa do pleito em 2018.
“É o melhor nome que nós temos. Tem impeditivos por conta de contratos de trabalho no exterior até o fim de fevereiro. Já estará disponível em março. O Eduardo me procurou na minha casa há dois domingos, na qualidade de presidente do partido para se colocar à disposição. É candidato e estará disponível”, afirmou o deputado.

Críticas ao governador
pela invasão na Rocinha

Durante a entrevista Picciani criticou o governador Luiz Fernando Pezão, e disse que o poder público demorou muito para agir durante a invasão de um grupo de criminosos na comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio. O presidente da Alerj comentou que as forças de segurança possuíam a informação de que a comunidade seria invadida. “Como é possível cem bandidos armados com fuzis se deslocarem da Rocinha para outros morros e isso não gera uma reação rápida por parte do governo? Tinha que ter cercado a Rocinha imediatamente. Demorou demais a agir”, criticou.
Para Jorge Picciani, o momento pelo qual o Rio de Janeiro passa não é propício para a implantação da política de aproximação das forças policiais do estado.
“O secretário, até por conta da própria formação dele, ainda acredita que a polícia tem que fazer uma política de aproximação. Isso poderia até ser aplicado há alguns anos, mas essa abordagem não é mais possível agora. Como se faz essa tipo de abordagem com bandidos fortemente armados como estão? O momento agora é de confronto”, disse.
Após três meses afastado para o tratamento de um câncer, Picciani voltou a presidir as sessões da Assembleia na tarde de ontem (4).

Cabral tem serviços prestados
ao PMDB, disse Picciani

Mesmo condenado a 45 anos de cana, o ex-governador mantém prestígio com a cúpula peemedebista
Geraldo Bubniak / Agência O Globo

Picciani também falou sobre a condenação de Sérgio Cabral, seu companheiro de PMDB. Presidente do partido no Estado, ele descartou a possibilidade de abrir um processo de expulsão contra o ex-governador, mesmo após a pena de 45 anos de prisão. A afirmação foi feita em entrevista ao site G1.
“Não, de forma nenhuma. Cabral tem serviços prestados ao PMDB enormes, está fora da vida partidária. Evidentemente não participa. Seria uma decisão inócua expulsar alguém que não está participando. Não faço política dessa forma. Sou pragmático. Não vejo que efeito possa ter”.
O retorno do presidente da Alerj foi celebrado nos corredores da Casa, onde recebeu beijos e abraços de líderes partidários – tanto da situação, quanto da oposição. Os parlamentares celebraram o poder de articulação de Picciani, que respondeu a perguntas sobre seu estado de saúde, e abusou do bom humor.
À reportagem do G1, brincou sobre a impossibilidade do governador Pezão se candidatar novamente ao Governo do Estado. “O Pezão nem pode (ser candidato), já foi reeleito. Graças a Deus”, ironizou. Mais sério, disse que o governador foi “incansável” na assinatura do Regime de Recuperação Fiscal, embora aponte defeitos em seu mandato.
“Na recuperação fiscal, Pezão tem responsabilidade enorme. Assim como nós, a Alerj, também. Eu e o presidente (da Câmara) Rodrigo Maia ajudamos muito para que chegasse a um bom termo, mas Pezão foi incansável. Tem muito mérito nisso, mas tem também responsabilidade por não ter reconhecido tamanho da crise e ter demorado a tomar decisões que acabaram agravando a crise. Isso falo desde o primeiro semestre de 2015. Em março, pela queda de receitas federais, avisei que crise se avizinhava”, afirmou.

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