Quase 4.500 armas de fogo foram apreeendidas de janeiro a julho no Rio

De janeiro a julho deste ano, 324 fuzis e 22 submetralhadoras, foram apreendidos no Rio de Janeiro. No Rola, PM apreendeu um ‘lança-rojão’
Fotos: Carlos Magno / Governo do Estado

De janeiro a julho deste ano, 324 fuzis, 22 submetralhadoras, 2.063 pistolas e 2.049 revólveres foram apreendidos em todo o estado do Rio, informou o Instituto de Segurança Pública (ISP). Para combater o comércio ilegal de armas, a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) está usando a tecnologia no trabalho de investigação e inteligência.

Um novo sistema de informática que está sendo desenvolvido agrupará em um banco de dados informações detalhadas para subsidiar as investigações. Com isso, os investigadores passam a contar com informações precisas sobre cada armamento apreendido no estado.
De acordo com o titular da Desarme, André Leiras, para produzir dados estatísticos mais precisos, a delegacia propôs ao setor de informática da Polícia Civil algumas alterações sistêmicas, de modo a se tornar mais fidedignas as informações apresentadas. “A proposta é que, após o exame pericial esses dados retornem ao sistema. Isto dará mais subsídio à investigação”. Com o novo modelo, os investigadores vão contar com informações extras. Leiras ressaltou que toda arma apreendida é periciada e que, nessa verificação, surgem dados que não constam do registro inicial. São detalhes técnicos que apenas o perito pode fornecer. “São essas minúcias que permitem saber, por exemplo, a origem de fabricação do artefato. É possível identificar se um AK-47 é russo ou chinês”.
André Leiras informou ainda que, pela proposta, todo laudo será automaticamente incorporado ao banco de dados. “Queremos chegar à origem desses fuzis. Saber qual caminho fizeram para chegar ao Rio, e quem são as pessoas ou organizações criminosas envolvidas”.
Troca de informações
A Desarme troca constantemente informações com todas as delegacias da Polícia Civil do Rio de Janeiro e de outros estados. Além disso, atua em parceria com órgãos nacionais e internacionais, como os americanos DEA (Drug Enforcement administration) e ATF (Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives). Também entram na lista as polícias Federal e Rodoviária Federal, a Receita Federal e o Exército, além de agências de inteligência.
Com o trabalho atual, é possível produzir investigações qualificadas, com base em informações de inteligência. Segundo a Desarme, um fuzil vale no mercado negro entre R$ 50 a R$ 70 mil. Em uma compra legal, nos Estados Unidos, por exemplo, a arma valeria 1,5 mil dólares. Todas as portas de entrada do estado recebem fiscalização. Como resultado, a Polícia Civil apreendeu, em junho, 60 fuzis de guerra no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, vindos de Miami.

PM apreende ‘lança-rojão’ em comunidade

A Polícia Militar apreendeu ontem um artefato com características de lança-rojão encontrado em uma comunidade de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Durante a tarde, o delegado titular da 36ª DP (Santa Cruz), onde o caso foi registrado, confirmou que o objeto – localizado em um terreno abandonado na área do Rola – se trata de uma arma de guerra verdadeira, conforme perícia realizada com apoio do Esquadrão Antibombas. Ao analisar as imagens, o diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (ABSEG) no Rio de Janeiro e especialista em armas Vinícius Domingues Cavalcante identificou o armamento como sendo uma ‘armbrust’, de fabricação alemã e largamente produzida durante o período da Guerra Fria. Ela é considerada um lançador de foguete descartável, de um único tiro; e anti-tanque, ou seja, projetada para destruir carros de combate e outros veículos blindados. “Em 2 de fevereiro deste ano, surgiram inúmeras postagens de traficantes demonstrando seu poderio com um sambado exemplar do ‘armbrust’! Hoje a polícia capturou aquela peça! Eu nunca tive a oportunidade de ter um exemplar do Armbrust na minha mão para examinar como já fiz com o AT-4 e o M-72 (LAW 66mm) e nunca tinha visto qualquer exemplar dele capturado aqui. O fato de existir no Exército Chileno não é significativo para explicar como é que um deles apareceu numa favela do Rio; até pelo fato de que nunca tivemos armamento militar chileno apreendido aqui com bandidos, diferentemente das armas militares bolivianas, argentinas e venezuelanas”, comentou Vinicius em sua página no Facebook.

 

Agência Brasil

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