Privatização da Eletrobras não está vinculada à Mercado da bolsa

Diante de um possível atraso no cronograma de privatização da Eletrobras, o governo federal desistiu de associar aos planos de privatização da companhia uma migração ao Novo Mercado da bolsa, disse ontem (5) o ministro de Minas e Energia em exercício, Paulo Pedrosa.
“Nosso entendimento é que levar a Eletrobras ao Novo Mercado, na visão atual, ampliaria o cronograma e comprometeria os prazos que nós queremos. Então, possivelmente isso será uma obrigação para o novo investidor e não uma condição prévia ao leilão”, disse Pedrosa.
A finalização da modelagem do processo de privatização da Eletrobras deve ocorrer até o início do próximo ano. O governo trabalha de forma concatenada para editar até o final do ano duas medidas provisórias, uma com a nova modelagem do setor elétrico e a outra relacionada especificamente à privatização da Eletrobras.
“É possível que haja um delay [atraso] de 10 a 15 dias entre um e outro movimento. Mas eles estão sendo trabalhados em conjunto. Todo o modelo é coerente apontando na direção de um setor elétrico melhor para a sociedade”, disse Pedrosa, pouco antes de participar de um evento da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine).
Maior elétrica do país, a Eletrobras é responsável por mais de 32% da geração e quase metade das linhas de transmissão do nosso sistema integrado, que promove as transferências de energia de uma região para outra do país.
Devido à complexidade da iniciativa, Pedro Pedrosa informou que o governo tem trabalhado em conjunto com os ministérios da Fazenda, do Planejamento e com a Secretaria Executiva do Plano de Parcerias de Investimentos (PPI). “Nós vamos conseguir consolidar todo o processo ate o início do próximo ano. Consolidar significa definir o modelo, definir a proposta e, muito possivelmente, formalizar com a Eletrobras a contratação do processo. A operacionalização se dará ao longo do tempo. Isso ainda está sendo definido. Mas o importante é essa clareza em relação ao processo”, disse o ministro interino.
Segundo Pedrosa, a mudança do modelo do setor elétrico é importante para a privatização da Eletrobras, porque “vai dar a previsibilidade no cenário que os investidores precisam ter para participar do movimento da Eletrobras”.
Segundo Pedrosa, apesar da pressa, o governo pretende consolidar o processo da forma mais segura possível para evitar que disputas judiciais afetem o calendário. “Precisamos encaminhar tudo da maneira mais segura possível para que não tenhamos nenhuma fragilidade como, por exemplo, um possível questionamento judicial que comprometa os prazos, e esse é um esforço que a equipe do governo como um todo está fazendo”, disse.

 

Agência Brasil

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