Japeri pode ter museu com peças de Oscar Niemeyer

O prefeito de Japeri também manifestou o desejo de criar na cidade um museu nacional com peças de Oscar Niemeyer
Fotos: Anderson PQD/PMJ

Artesãos japerienses se inscreveram ontem no Programa de Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, que tem como objetivo reconhecer a arte como atividade econômica e focar ações voltadas para a geração de emprego e renda.
O cadastramento, uma parceria entre a Prefeitura de Japeri e o governo estadual, aconteceu no Sítio Canaã, no bairro Teófilo Cunha. O evento foi prestigiado pelo prefeito Carlos Moraes, a subsecretária estadual adjunta de Turismo e coordenadora do programa, Nea Mariozz, além dos secretários Marcos Arruda, de Cultura, e José Célio de Araújo, o Celinho, de Esportes.
Uma vez inscrito no programa, o artesão terá acesso à Carteira Nacional do Artesão (que será entregue a partir da finalização do cadastro nos 92 municípios); participação em feiras do PAB; divulgação; capacitação / qualificação; microcréditos e comercialização.
Durante o evento, Carlos Moraes disse que estuda a possibilidade de construir a Casa do Artesão e um museu nacional com 50 peças de Oscar Niemeyer, além de alavancar o turismo em Japeri.
“Hoje é um dia de gala, pois estamos recebendo nossos artistas. Temos 32 indústrias funcionando e um orçamento de R$ 300 milhões por ano, mas vou terminar meu mandato com R$ 600 milhões. Uma das propostas é criar um rosto e identidade para Japeri e vamos escriturar a capela do Menino Jesus de Belém, que desapareceu com o tempo e vamos construir a capela sobre a Pedra Lisa, que é um ponto turístico. Foram doados 50 peças do Niemeyer para construirmos um museu nacional e atrair o turismo. Vamos fazer uma Bíblia de led, à beira do Arco Metropolitano. Temos que trazer economia. No primeiro governo, construí na cancela 48 lojinhas para os artesãos, fiz 24 lojinhas em Japeri, mas veio outro governo e transformou aquilo num Centro de Cidadania. Não deram continuidade no que fiz em 1994. Vamos tentar fazer a Casa do Artesão”, anunciou Moraes.
Para  a subsecretária estadual adjunta de Turismo e coordenadora do programa, Nea Mariozz, os artesãos fazem parte do turismo de qualquer município.

A artesã Maria Amélia da Silva mostra seus produtos

“Quando a gente chega num país, logo quer comprar uma lembrança. Então precisamos de feiras organizadas e da Casa do Artesão. Estamos aqui para capacitá-los e a carteira do Ministério da Indústria e Comércio é uma identidade que vai permitir os artesãos de fazerem feiras internacionais, nacionais e estaduais sem pagarem nada. Ainda vão poder comprar material com 30% de desconto. O artesanato hoje mexe com a economia. Arrecadamos no ano 50 bilhões e somos oito milhões de artesãos. O prefeito de Japeri está abrindo as portas e vamos organizar esse segmento”, afirmou.
Uma das artesãs que se inscreveram no Programa de Artesanato do Estado do Rio de Janeiro é a aposentada Catarina Niverci Campos, de 73 anos. Moradora do bairro Nova Belém, em Japeri, ela tem hoje no crochê sua única renda mensal.
“Como minha aposentadoria atrasa, essa é minha única fonte de renda. Dá para tirar R$ 2 mil por mês. É um trabalho bonito, que pode ser mostrado para o público de fora da cidade”, lembrou ela, que é conhecida em Japeri como a ‘costureira da Barbie’, por confeccionar roupas de bonecas.
Especialista em produzir roupas, biquínis, colchas, panos de mesa e jogos de banheiros de crochê e tricô, Catarina conseguiu pagar a faculdade de matemática do filho com o dinheiro ganho no artesanato. “Me orgulho disso e com esse apoio da prefeitura de Japeri, vou realizar o sonho de participar de feiras até internacionais”, contou.
Silvia Pietroluongo, da Secretaria de Turismo do Estado do Rio, avaliou o trabalho dos artesãos, que apresentaram vários produtos, como panelas e chaleiras feitas com latinhas de refrigerante, bonecas de pano que podem ser usadas como porta papel higiênico, além de crochê e tricô. “Avaliamos o trabalho artesanal e fazemos uma ficha do artesão, saber onde ele mora, se o artesanato é a única fonte de renda. Temos que saber o que ele usa e como é feito o produto”, disse Silvia.

Reconhecimento do artesão

Indispensável a qualquer turista, o artesanato é um produto de grande importância dentro do setor. Com isso, o Programa de Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, coordenado pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur-RJ/TurisRio), tem como objetivo reconhecer a atividade como geradora de desenvolvimento regional e registro vivo da história local.
O programa coloca em prática ações que visam o empreendedorismo para os inscritos, além de identificar e mapear a matéria-prima e técnica utilizada pelos artesãos do estado.

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