PF desarticula esquema de desvio de recursos de merenda na Baixada

O delegado Sandro Luiz do Valle Pereira, chefe da delegacia de Polícia Federal em Nova Iguaçu, contou detalhes da operação
Fotos: Ivan Teixeira / Jornal de Hoje

A Polícia Federal deflagrou ontem (6) a Operação Inópia com o objetivo de desarticular um esquema criminoso constituído a partir da formação de um cartel de empresas do ramo alimentício e de serviços para desviar recursos públicos principalmente destinados à merenda escolar para vários municípios do estado do Rio de Janeiro, em especial na Baixada Fluminense.
Cerca de 165 policiais federais cumprem 21 mandados de prisão temporária e 30 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias. As investigações da PF, realizadas em conjunto com CGU, CADE, Receita Federal e MPF, em modelo de força-tarefa, identificaram diversos procedimentos licitatórios viciados, com evidências de direcionamento dos certames, superfaturamento, corrupção, além da constatação de utilização de empresas constituídas em nome de “laranjas”, blindagem patrimonial e lavagem de dinheiro.
Os presos serão indiciados por formação de cartel (art. 4, I da Lei 8.137/90), crime de licitações (art. 90 da Lei 8.666/90) e corrupção ativa (art. 333 do CPB), dentre outros. Após os procedimentos de praxe, eles serão encaminhados ao sistema prisional do estado, onde permanecerão à disposição da Justiça.
A PF não divulga nome e imagem de presos. A identificação de empresas investigadas, seus sócios e de terceiros implicados, permanecem em sigilo por determinação judicial.
“A PF deflagrou a operação que foi fruto de uma investigação que tramita aqui há um ano. Ficou evidenciado a fraude no fornecimento da merenda escolar em municípios da Baixada Fluminense. Essas fraudes se davam no momento do fornecimento da merenda como também na fase licitatória, na fase da concorrência, seja com empresas de fachada (laranja). Fornecimento era com valor superfaturado. Essa primeira etapa visou desarticular essa rede empresarial. Eles vão responder por formação de cartel, por crimes da lei de licitação, corrupção, entre outros delitos. Vamos buscar potenciais responsáveis dentro da espera pública. Foram expedidos 21 mandados de prisão temporária e 30 de busca e apreensão. Quinze já haviam sido detido”, explicou o delegado Sandro Luiz do Valle Pereira, chefe da delegacia de Polícia Federal em Nova Iguaçu.
A identificação de empresas investigadas, seus sócios e de terceiros implicados, permanecem em sigilo por determinação judicial.

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