Brasileiros não confiam nos partidos e nem no Congresso

Vice-campeão na rejeição, o Congresso Nacional recebe políticos dos partidos que o eleitor elegeu como ítem campeão na pesquisa que a OAB encomendou Foto: Rodolfo Stuckert/BR

Vice-campeão na rejeição, o Congresso Nacional recebe políticos dos partidos que o eleitor elegeu como ítem campeão na pesquisa que a OAB encomendou
Foto: Rodolfo Stuckert/BR

Os partidos políticos, o Congresso Nacional, a Presidência da República e os ministérios são, nesta ordem, as instituições menos confiáveis entre os brasileiros. A informação faz parte de pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil para avaliar o grau de credibilidade de 14 instituições.
O resultado do levantamento, que também apontou que 74% dos brasileiros são contra doações de empresas a partidos políticos e candidatos, ocorre em meio ao escândalo da Operação Lava Jato, que vem revelando suspeitas de irregularidades e trocas de favores envolvendo as doações e propinas de grandes empreiteiras a partidos políticos.
A pesquisa entrevistou 2.125 pessoas de 135 municípios de todas as regiões do País entre 9 e 13 de junho e tem margem de erro de dois pontos porcentuais. No outro extremo da tabela, as Forças Armadas e o Conselho Federal da OAB são as instituições mais confiáveis entre os brasileiros.

A Presidência, hoje ocupada pela petista Dilma Roussef, não está bem na fita do eleitorado verde-amarelo Foto: Divulgação/PR

A Presidência, hoje ocupada pela petista Dilma Roussef, não está bem na fita do eleitorado verde-amarelo
Foto: Divulgação/PR

De acordo com a pesquisa, 73% dos entrevistados confiam nas Forças Armadas, 24% não confiam e 4% não souberam responder. No caso do Conselho Federal da OAB, 66% confiam, 27% não confiam e 7% não souberam responder. Em terceiro lugar ficou a Igreja Católica, com 61% confiando, 37% não e 3% sem saber responder.
A pesquisa mostra ainda que o Poder Judiciário ficou em quarto lugar, sendo considerado confiável para 55% da população, contra 40% dos que não confiam e 5% dos que não responderam. O levantamento também indicou que população não confia em instituições ligadas à política. Segundo a pesquisa, somente 19% confiam na Presidência e nos Ministérios, outros 78% não confiam e 3% não souberam responder.
O Congresso Nacional conta com a confiança de 15% dos entrevistados enquanto 82% não confiam e 3% não sabem responder. Os partidos políticos, por fim, detém a confiança de apenas 7% da população, 91% não confiam e 2% não souberam responder. Para a criação do ranking, o instituto de pesquisa exclui as menções positivas das negativas e soma 100 ao resultado, o que evita números negativos. Devido a isso, índices superiores a 100 são considerados positivos e inferiores negativos.
No ranking, as Forças Armadas aparecem com 149 pontos, o Conselho Federal da OAB com 139 e a Igreja Católica com 124. Em junho do ano passado, a OAB aparecia com 125. No fim da tabela, os partidos políticos aparecem com 17 pontos, o Congresso Nacional com 33 e a Presidência e os ministérios com 41.
Justiça nega acesso de Dirceu à
delação de Pascowitch

Ex-ministro no Governo Lula, José Dirceu não obteve autorização para ler o depoimento do lobista Foto: Jorge Wílliam/O Globo

Ex-ministro no Governo Lula, José Dirceu não obteve autorização para ler o depoimento do lobista
Foto: Jorge Wílliam/O Globo

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, negou o pedido da defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (governo Lula), que queria ter acesso à delação premiada do lobista Milton Pascowitch. No fim de junho, Pascowitch firmou acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato e apontou supostos repasses de propinas para o ex-ministro. Em troca de sua delação, Pascowitch, que estava preso em Curitiba, ganhou direito à prisão domiciliar, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.
Na semana passada, os advogados de Dirceu pediram um habeas corpus preventivo para o ex-ministro. A medida, que buscava evitar que Dirceu fosse alvo de uma eventual ordem de prisão no âmbito das investigações sobre esquema de propinas e corrupção na Petrobrás, foi negada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

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