Duque de Caxias pode ter nova eleição para prefeito

Andreia Zito, vice-presidente estadual do PSDB, ao lado de João Santana, que assumirá a presidência do partido no estado
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

O município de Duque de Caxias está vivendo a maior instabilidade política de sua história, com a possibilidade de cassação, pelo TSE, dos mandatos do prefeito Washington Reis (PMDB) e seu vice, Marcos Elias (PRP), e de nova eleição para escolha dos governantes da cidade.
Os grupos políticos já trabalham vislumbrando esse caminho, acompanhando a pauta do processo em Brasília e o consequente desfecho no TRE do Rio. E sem tirar do foco do chamado “Plano B”, que aproveita o clima de desgaste do prefeito para eleger seus preferidos em 2018.
A instabilidade política aumentou ainda mais em Caxias, na terça-feira (10), quando o STF, adiou mais uma vez o julgamento, atendendo a uma questão de ordem.
Tudo começou em 2016, quando Washington Reis, no cargo de deputado federal, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos, 2 meses e 15 dias de prisão e pagamento de 67 salários mínimos, por crime ambiental, conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Os ministros entenderam como irregular a divisão de uma área vendida para a construção de um loteamento de luxo (condomínio Vila Verde) em Xerém, no entorno da Reserva Biológica de Tinguá, cujas obras teriam iniciado em 2003. Para isso, teriam cortado parte da vegetação e desviado o curso do leito de um rio. Reis, na ocasião da sentença, considerou como “injusta” a decidiu recorrer.

TRE cassa mandato de Reis
Com a condenação, ele acabou enquadrado na Lei da Ficha Limpa, segundo a qual, condenados em colegiado não poderiam disputar eleições. Mesmo assim Reis se elegeu prefeito. A direção do Partido da Social Democracia Brasileira (PSBD), com base na sentença do STF e na lei da Ficha Limpa, requereu junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a cassação do mandato de Reis e seu vice, Marcos Elias. O órgão acatou o pedido, tirando o mandato dos dois. Reis recorreu ao STF, onde a pendenga jurídica se desenrola. Porém, como só resta uma sessão para decidir sobre o mandato do prefeito e seu vice, o clima de sucessão pega fogo em Duque de Caxias, podendo afetar os negócios locais, atingir o comercio e a indústria, e desafogar no aumento do índice de desemprego ou na incerteza de novos contratos.

Partidos já apontam sucessores

Internautas apontam Andrea Zito como nome mais forte em uma possível nova eleição
Fotos: Ivan Teixeira/Jornal de Hoje

Nesse quadro de incertezas econômicas e políticas em Duque de Caxias, grupos e partidos políticos trabalham seus melhores quadros para a sucessão de Reis. Isso porque, de acordo com a legislação eleitoral, se o governante tiver o mandato cassado antes de dois anos de administração, será marcada nova eleição, apenas para prefeito e vice. Portanto, já aparecem no cenário, por indicação de lideranças locais e estaduais do PSDB, o nome de Andreia Zito, vice-presidente estadual do partido, para prefeita e uma dezena de nomes para compor a chapa como vice, em uma eventual eleição. Também surgem como prováveis candidatos, os nomes de Áureo Lídio (SD), Dica (deputado estadual – PODEMOS, ex-PTN), Samuel Maia (PCO), Geraldo Moreira (PODEMOS), Alexandre Cardoso (PSD), Celso Pancera (PMDB) e também de José Camilo Zito (ex-prefeito e deputado estadual-PP, pai de Andreia).
Porém, nesse quadro de incerteza política provocada pela situação de Washington Reis, uma indagação surgiu na internet fazendo perguntas à população. Levando em consideração a cassação de Reis, se perguntou em quem o eleitor votaria. Muito embora não haja caráter oficial nas 436 respostas, no resultado aparecem os nomes de Andreia Zito, seguida por Áureo, Dica, Florinda Lombardi, Samuel Maia e Zé Claudio. Em outro cenário, sem Andreia, aparece o pai dela, seguido pelos outros. No cenário (com 443 respostas) onde se indaga em quem o povo não votaria de forma alguma, Andreia fica na quarta posição e seu pai na segunda, quando o tema é rejeição. E quando se fala em nome apresentado pelo prefeito, se as respostas fossem transformadas em vaias, a cidade não dormiria.

O caminho do “Plano B”
Muito embora se comente apenas pelos bastidores da política, os mesmos grupos e partidos estão de olho na estratégia das eleições para 2018, dentro do que eles chamam de “Plano B”. Este consiste em aproveitar o desgaste da imagem de Washington Reis e, ao mesmo tempo, se articula também as eleições para deputados estaduais e federais com base na localidade. Nesse aspecto, Andreia Zito avança na busca de aliança suprapartidária em torno dos interesses da população da Baixada Fluminense.
>>>Garantir a força da Baixada – Andreia sabe que a classe política não anda gozando de bom conceito diante da população, mas reitera que tem condições de pedir votos ao povo, por ser “Ficha Limpa” e ter aprovado projetos de interesses do povo, quando foi deputada estadual no Rio, e federal por dois mandatos, em Brasília. Andreia lembra que a Baixada, com mais de 4 milhões de habitantes, sempre deu o voto decisivo para eleger o governador do estado, mas nunca recebeu de volta, em obras, o valor do voto de confiança que depositou nas urnas. Ela ressalta que manterá a defesa dos interesses dos aposentados, idosos, crianças, segurança e educação. “Se a gente tem força para decidir no voto e garantir a vitória para governador do estado, porque não usar esta mesma força para garantir os interesses do nosso povo? Pois é por isso que estamos aqui”, garante.

 

por Davi de Castro (davi.castro@jornalhoje.inf.br)

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