Incêndios em Portugal levam ministra da Administração a pedir demissão

Os incêndios que assolaram Portugal no último domingo (15) deixaram 41 mortos, mais de 60 feridos e muita revolta. Centenas de pessoas fizeram vigília esta noite diante do Palácio de Belém, residência do presidente da República, e milhares de portugueses devem se juntar às manifestações que estão marcadas para este fim de semana. Além de homenagear as vítimas dos incêndios, a população vai exigir respostas e medidas efetivas do governo.

A primeira consequência política do descontentamento dos portugueses com a atual gestão se refletiu no pedido de demissão, aceito na manhã de hoje (18), da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

António Costa, primeiro-ministro do país, também vem recebendo fortes críticas da sociedade, dos políticos e dos meios de comunicação e seu mandato corre riscos.

Entre as razões da revolta contra Costa está a maneira como o primeiro-ministro reagiu às tragédias e às mortes dos últimos dias. Muitos políticos, inclusive o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, criticaram a posição distante e insensível de Costa perante os acontecimentos. Ele também está sendo muito criticado por não fazer pedido de desculpas formal à população pelas falhas de seu governo.

Está a visível ineficiência do país em lidar com mais uma tragédia, poucos meses após os incêndios em Pedrógão Grande causarem 65 mortes, em junho deste ano. Apesar de relatórios técnicos e de alertas do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), Portugal se manteve imóvel diante dos riscos de incêndios. Esta falta de ação preventiva certamente contribuiu para a grandiosidade da tragédia do último fim de semana.

Neste contexto político extremamente delicado, Costa declarou, na última segunda-feira (16), que não há solução mágica para prevenir novas tragédias e que o país deveria “estar consciente que a situação vai seguramente prolongar-se para os próximos anos”. Neste mesmo dia, Costa afirmou que não demitiria a ministra da Administração Interna e que esta saída era “infantil”.

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