MP denuncia Cabral, Nuzman e mais quatro após Operação Unfair Play

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia, nesta quarta-feira (18), contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Carlos Arthur Nuzman, o empresário Arthur Soares, o ex-diretor de operações do Comitê Rio-2016 Leonardo Gryner, o ex-diretor de marketing da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) Papa Massata Diack e o ex-presidente da IAAF Lamine Diack após as investigações da Operação Unfair Play.

Nuzman, que é suspeito de ter intermediado o pagamento de propinas para que o Rio de Janeiro sediasse os Jogos Olímpicos de 2016, foi denunciado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Gryner, seu braço-direito, também foi enquadrado nos dois primeiros crimes.

Já Cabral é acusado de corrupção passiva. O ex-governador do Rio comandaria um esquema de pagamento de propinas do qual fazia parte do empresário Arthur Soares, denunciado por corrupção ativa. De uma conta do “Rei Arthur”, como é conhecido, teriam sido feito os pagamentos a Papa Diack e Lamine Diack para a compra dos votos que trouxeram os Jogos para o Rio.

Nuzman foi preso em regime temporário no último dia 5, e a prisão foi transformada em preventiva — isto é, sem prazo delimitado — na semana seguinte. Gryner, que também teve decretada prisão temporária no início do mês, foi solto na última sexta (13). Ambos ficaram na cadeia pública de Benfica, na Zona Norte do Rio, onde Cabral está preso por outros casos investigados pela Operação Lava-Jato.

Arthur Soares é considerado foragido pelas autoridades brasileiras. Acredita-se que esteja nos EUA, local do último registro de entrada de seu passaporte, mas a localização no país é incerta. O Brasil já enviou aos EUA um pedido formal de extradição de Soares, que ficou conhecido como “Rei Arthur”, devido aos contratos milionários de prestação de serviços que obteve junto ao governo do estado durante a gestão de Cabral.

Papa Diack também é considerado foragido, mas pela Justiça francesa. Seu pai, Lamine Diack, encontra-se em prisão domiciliar em Paris, após ser alvo de uma investigação francesa que apurava o recebimento de propina por dirigentes da IAAF para encobrir casos de doping de atletas da Rússia. Envolvido na mesma investigação, Papa Diack acabou fugindo para o Senegal, seu país-natal. Autoridades senegalesas já disseram que não vão extraditá-lo para a França.

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