Idoso morre atingido por bala perdida no Alemão

Idoso chegou a ser socorrido e levado para UPA, mas não resistiu Foto: Reprodução/Voz das comunidades

Um idoso de 78 anos não resistiu aos ferimentos depois de ser atingido por uma bala perdida no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, na noite desta quinta-feira. De acordo com testemunhas, Antonio Vicente de Oliveira estava sentado em um bar, próximo à sua casa, acompanhados de amigos, assistindo a uma partida de futebol, quando foi atingido. Ferido em uma das pernas e na barriga, segundo informações de parentes, a vítima chegou a ser socorrida por vizinhos e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, onde morreu.

De acordo com testemunhas, na comunidade da Fazendinha — favela que integra o Complexo do Alemão — houve confronto entre criminosos e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local. O idoso teria sido atingido durante o fogo cruzado. Moradores contaram que os PMs “desciam pela Rua Antônio Austregésilo” no momento em que traficantes armados “atravessavam uma via transversal, em direção à Rua do Estofador”. O confronto teria ocorrido em seguida. A PM, no entanto, ainda não se pronunciou sobre o caso.

“Os tiros acertaram a perna e a barriga do meu tio, que caiu no chão. Logo, os rapazes e o inquilino do bar dele começaram a gritar por socorro, pedindo para que, “pelo amor de Deus, tiroteio parasse” porque ele (o idoso) era trabalhador. Os tiros cessaram e às pressas levaram o meu tio para a UPA, mas ele não resistiu”, disse uma sobrinha da vítima, que pediu para não ser identificada.

Durante o período da noite e também início da madrugada desta sexta-feira(20), parentes de Antonio estiveram na unidade hospitalar, onde ele fora socorrido horas antes. Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital também foram até o local.

O idoso foi descrito como muito querido na comunidade — um típico “morador antigo” da região:

“A maioria dos moradores aqui conhecia ele. Meu tio viu muitos deles nascer e crescer (na comunidade). Pai de família e avô amado. Era muito brincalhão, trabalhador e uma pessoa do bem— afirmou a sobrinha de Antonio, que lamentou a violência a qual, segundo ela, todos estão submetidos no conjunto de favelas. — Até quando nós do Complexo do Alemão temos que sangrar na carne? Quando os governantes olharão por nós. Aqui tem trabalhadores: mãe, pai e filhos que choram a perda de seus entes. Estamos pedindo socorro. Precisamos de paz e de dignidade.

Antonio deixa cinco filhos e uma esposa. Ainda não há informações sobre o local e horário do velório e sepultamento.

 

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