*Irving Merath
Essas são as palavras mais usadas por economistas em todos os tempos. Mas, o que significam? Se você acha que demanda é aquilo que se quer consumir e oferta é aquilo disponível para o consumo, você está certo. E o equilíbrio, seria quando oferta e demanda são equivalentes? Exatamente. Se isso é tudo, por que esses conceitos são tão estudados?
O equilíbrio é tudo o que o mercado quer, é quando satisfaz o maior número possível de produtores e consumidores. Mas, como alcançá-lo? Atingindo esse ponto, ele se mantém ou pode variar? Pessoas ou empresas podem influenciar no equilíbrio, ou ocorre naturalmente?
Para entender melhor, o ideal é responder a essas perguntas através de exemplos simples. Então, como se deve imaginar, o que determina o equilíbrio entre oferta e demanda é o preço do bem. Normalmente, se o custo é muito alto, as pessoas deixam de comprar e há excesso de produto, então os fornecedores abaixam o preço até encontrar seu equilíbrio. Por outro lado, se está muito baixo, as pessoas compram tudo rapidamente e há escassez, assim, os fornecedores aumentam até encontrar o equilíbrio novamente. Agora, suponha que um produto (celular Y, por exemplo) chegou ao seu preço de equilíbrio. De repente, outra empresa lança o celular S, que tem muito mais funções, pelo mesmo preço. Então, as pessoas tendem trocar o celular Y pelo S. Logo, o produtor de Y terá que abaixar seu preço para torná-lo atrativo novamente. Como se pode ver, o preço de equilíbrio está em constante movimento.
Há situações, ainda, em que o produto pode atingir seu preço de maneira artificial. Isso ocorre por uma série de razões. Por exemplo, se um grande grupo de pessoas decidir boicotar o produto de alguma marca, seu preço abaixará até que a empresa consiga se desfazer do estoque. E se, ao final, as vendas não gerarem lucro, a empresa deixará de fabricá-lo. É, mais ou menos, o tipo de situação que ocorre em uma crise econômica. Tipo de evento que não deve ser recorrente por prejuízo à economia.
Empresas também podem influenciar no preço, basicamente, quando o produto é essencial e insubstituível, como é o caso de alimentos, ou quando há monopólio ou cartel. Nesses casos, os consumidores ficam a mercê do preço que os fornecedores querem cobrar mesmo sendo abusivo. Por isso, existe o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), uma autarquia federal responsável por orientar, fiscalizar e apurar abusos do poder econômico.
O Governo também exerce um papel expressivo no preço dos produtos. Não apenas quando fiscaliza abusos, mas principalmente quando tributa os produtos. O que será que acontece com o preço de equilíbrio quando o produto é tributado? Será que o preço aumenta? Sim. O preço aumenta para o consumidor, que acaba consumindo menos do que consumiria se fosse inferior e, por outro lado, o produtor também recebe uma quantia menor pelo produto, e fabrica menos do que se tivesse lucro mais alto. O que leva a muitas pessoas a pensar: se a tributação encarece os produtos e isso inibe o consumo, logo, desacelera a economia, então, por que tributar?
O próximo artigo abordará sobre bens públicos e, a partir disso, será possível entender a importância dos tributos.
*Irving Merath é Bacharel em Filosofia pela UFRJ e graduando em Economia pela UERJ.